Crise alivia o trânsito nas estradas

Da redação – 10.02.2015 –

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) tem um índice que mede o fluxo de veículos que trafegam nas rodovias concedidas à iniciativa privada no Brasil. Neste último mês de janeiro, o resultado foi de queda no movimento, e a entidade associa isso ao momento econômico do país, mostrando que a crise está, de certo modo, aliviando o trânsito nas estradas.

Na comparação com o mesmo período de 2015, o índice recuou 5,2% no volume geral de veículos. Relacionando só os veículos pesados – que estão ligados mais diretamente à infraestrutura por pressupor que eles fazem escoamento de produtos – a queda foi de 10% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Nos veículos leves (automóveis e motocicleta), a queda foi de 4% na comparação janeiro-janeiro. “O movimento das rodovias concedidas segue refletindo o momento econômico, que nos apresenta indicadores de queda de renda, de produção industrial, de consumo e aumento na taxa de desemprego. A produção industrial de 2015, por exemplo, fechou com um recuo acumulado de 8,3%. Se avaliarmos os dados de fluxo de veículos pesados nas estradas, que historicamente refletem o que acontece na produção e transporte de bens no País, encontraremos a mesma linha de resultados, com uma queda de 9,9% na comparação ano contra ano”, analisa Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria.

Ainda de acordo com o índice, na análise dos últimos doze meses, houve queda de 2,3% no movimento geral, redução de 6,4% no fluxo de pesados e de 0,9% no de leves. “A análise nesta métrica nos permite olhar os resultados de uma forma mais ampla ao apontar a tendência das séries. Nos gráficos abaixo, por exemplo, é possível verificar a trajetória de decrescimento acelerado no fluxo pedagiado de veículos pesados, acompanhando a evolução da produção da indústria, enquanto o fluxo de veículos leves absorve a queda numa velocidade mais reduzida, mas ainda assim persistente, pelo ajuste em processo nos dados de renda e emprego”, conclui Bacciotti