Custo e regulamentação podem ser entraves do 5G, mostra pesquisa

Da Redação – 29.10.2018 –

Uma pesquisa realizada pela Ericsson durante a Futuecom deste ano revela que, apesar de otimistas, os profissionais brasileiros de telecomunicações temem que os custos de implantação, inflados pelos tributos, e os entraves regulatórios sejam barreiras para a implementação do 5G no país.

A pesquisa ouviu 235 executivos e mais de 49% deles disseram temer pelos altos custos das novas faixas de frequência, sendo que 40% citaram a alta carga tributária que incide sobre o setor como o principal problema. Para 39,4% o atraso na liberação do uso das faixas é um entrave enquanto a falta de regulamentação específica para IoT (22,1%) e o impasse em torno da Lei de Antenas (20,8%) também figuram entre as preocupações do setor.

Esse cenário, combinado com os resultados de um estudo realizado anteriormente pela Ericsson, mostra que a questão do custo é realmente um ponto relevante de atenção quando se fala de avanços na tecnologia móvel: o Brasil tem atualmente o terceiro maior custo de espectro entre 40 países analisados, ficando atrás apenas do Peru e Panamá. O custo do espectro (apenas para as frequências) representa 5% da receita bruta das operadoras brasileiras. A análise comparou o valor pago nos diferentes países e parametrizou os totais pela renda per capita de cada economia.

Quando perguntados sobre o impacto do 5G para as operadoras de telefonia celular, mais de 92% dos respondentes concordam que a introdução da nova geração da conectividade móvel permitirá que esses players se tornem mais flexíveis, ágeis, eficientes e capazes de oferecer novos modelos de negócios para suas bases de clientes.

Para 54,5%, os novos serviços em IoT (muito além da conectividade, por meio de parcerias) serão os principais impulsionadores do sucesso do 5G no Brasil e no mundo. Nesse tópico, também foram amplamente citadas as demandas pelo aumento exponencial da capacidade da rede (35,7%) e por novas receitas a partir de serviços de banda larga sem fio – Fixed Wireless Access (33,6%). Um total de 28,9% destaca a aplicação do 5G para identificar novos clientes em um mercado de fábricas conectadas e indústria 4.0.

Quase metade dos respondentes (48,1%) acredita que os consumidores finais serão os maiores beneficiados pela chegada do 5G no País. Destaque para a percepção da amostra sobre impacto positivo do 5G nos setores de Cidades Inteligentes (28,1%), Indústria 4.0 (15,7%) e Agronegócio (8,1%).