Desaceleração chinesa puxa queda de investimentos em energias limpas em 2016

Da Redação – 20.01.2017 –

De acordo com a Bloomberg New Energy Finance, os investimentos em energias limpas caíram 18% em termos de volume em dólares no ano passado.

A mais recente pesquisa da Bloomberg New Energy Finance mostra que os investimentos em energia limpa caíram 18% em nível mundial, totalizando US$ 287.5 bilhões. Apesar da retração, o ano passado registrou o recorde de financiamento de energia eólica baseado em instalações de alto mar (offshore). Segundo o relatório da Bloomberg, o investimento global foi afetado pela desaceleração chinesa e pela queda de custos da energia solar.

O aumento de investimento de energia solar fotovoltaica tornou esse tipo de geração mais alternativo em relação às energias eólicas. Além de a China ter esfriado os seus investimentos, o Japão também trabalha com velocidade menor na implantação de energia eólica. Somente a China investiu US$ 87.8 bilhões em energias limpas em 2016, o que significa 26% a menos do que foi aportado em 2015. No caso do Japão, os investimentos caíram para US$ 28.8 bilhões, ou seja, 43% a menos.

Justin Wu, chefe da Ásia para BNEF, disse: “Depois de anos de investimento recorde impulsionado por algumas das mais generosas tarifas do mundo, China e Japão estão cortando a construção de novos projetos em grande escala e mudando para digerir a capacidade que já conseguiram estabelecer.

“A China está enfrentando uma desaceleração de demanda de energia solar e eólica. O governo está agora focado em investir em redes e na reforma do mercado de energia, para que as energias renováveis atuais possam gerar seu pleno potencial. No Japão, o crescimento futuro virá não de projetos de larga escala, mas de sistemas solares de telhados instalados pelos consumidores atraídos pela economia cada vez mais favorável do auto consumo.”

A energia eólica marinha foi o mais brilhante cenário no quadro de investimento global de energia limpa em 2016. Compromissos de gastos com esta tecnologia atingiram US$ 29.9 bilhões em 2016, elevados 40% sobre o ano anterior, conforme os desenvolvedores aproveitaram-se da economia melhorada, resultantes de turbinas maiores e melhor desenvolvimento de know-how.

A contagem eólica marinha recorde do ano passado incluiu o sinal verde para o maior projeto já feito, 1.2GW de Dong Energy Hornsea ao largo da costa do Reino Unido, em um custo de US$ 5.7 bilhões – mais 14 outros parques de mais de 100MW, com valores entre US$ 391M e US$ 3.9BI, nas águas Britânicas, Alemãs, Belgas, Dinamarquesas e Chinesas.

Mesmo o investimento global em energia limpa estando abaixo em 2016, a capacidade total instalada não esteve. Estimativas das equipes de análise da Blomberg mostram que um número recorde de 70GW de energia solar foi adicionado no ano passado, de 56GW em 2015, mais 56.5GW de energia eólica, abaixo de 63GW, mas a segunda maior quantia já registrada.