Empresa do RS “blinda” torres de telecom contra furtos e vandalismo

Da Redação – 27.03.2017 –

Gaúcha Promont desenvolve fechadura de alta tecnologia, já usada por operadoras brasileiras. Tecnologia deve ser adotada também fora do país

Mais de mil torres de telecomunicações no Brasil já fazem parte de um universo de ativos gerenciados pela tecnologia criada em Canoas, cidade sede da Promont. A empresa gaúcha tem um histórico de sucesso para evitar o acesso indevido e ações de furto e vandalismo em parte importante da infraestrutura das operadoras. Um dos casos de aplicação envolve 700 torres, nas quais foram registrados 500 mil incidentes em seis meses de ativação do CAB 1000, o sistema de fechadura inteligente desenvolvido pela companhia. Resultado: retorno de investimento (ROI) em seis meses e ainda subsídio para investimentos na ampliação do projeto.

O potencial de aplicação da solução é bem maior. Segundo Nilton Carvalho, diretor de Engenharia e Desenvolvimento da Promont, a empresa já mira um total de 67 mil torres em contratos oficialmente assinados com operadoras com ativos gerenciados no Brasil. Considerando a expansão internacional já prevista, ele estima um total de 500 mil torres. Lembrando que cada infraestrutura dessas tem, em média, a demanda por três fechaduras.

Tecnologicamente, o salto da Promont acontece em função de seu próprio know how e da parceria com a multinacional Telit, especializada em Internet das Coisas (IoT). A combinação é fácil de explicar: a inteligência de acesso já está embarcada – via software – no próprio dispositivo da Promont. A empresa brasileira, por sua vez, adota o módulo Bluetooth da Telit, para viabilizar o funcionamento. Os técnicos de campo recebem uma chave virtual no celular ou em outro dispositivo móvel, a qual se comunica com a fechadura física via o módulo da Telit.

Versão indoor da CAB 1000
Versão indoor da CAB 1000, desenvolvida pela Promont no Rio Grande do Sul

Com essa “arquitetura”, o processo pode ser feito off-line, desde que o celular tenha armazenado a chave virtual fornecida via servidor. Como esse último está hospedado na nuvem, as operações tornam-se muito mais flexíveis. Elimina-se a necessidade de chaves físicas e, mais: todo o histórico de acesso é direcionado para o servidor, permitindo que as operadoras não só saibam o que está acontecendo de fato em campo como possam melhorar seu gerenciamento de ativos. Lembrando que as torres nada mais são do que a ponta visível de equipamentos como as estações rádio base (ERBs), entre outros.

O sucesso da aplicação na gestão de ativos de telecomunicações já levou a Promont a avançar para outras áreas de infraestrutura, incluindo os data centers e as concessionárias e energia e de saneamento básico. Nesses dois últimos casos já há aplicação real ou desenvolvimento amadurecido do mercado. No segmento de utilities de energia, a empresa está iniciando sua estratégia no estado do Rio de Janeiro, com a supervisão direta do diretor Comercial Augusto Blunk.