Estudo mapeia demanda global de GNL

Da Redação – 14.12.2015

Para a consultoria KPMG, demanda de gás natural liquefeito é incerta, mas promissora. Relatório indica o que vai influenciar o segmento em nível mundial até 2030.

Cinco principais fatores devem moldar a demanda do GNL nos próximos 15 anos, segundo o relatório Águas desconhecidas: demanda de GNL em uma indústria de transformação, elaborado pela KPMG: crescimento econômico asiático e pressões ambientais; diversificação da oferta; comoditização do produto, novos mercados e problemas geopolíticos como guerra, sabotagem e desastre ambiental. O resumo da história é que as “perspectivas para a demanda global de GNL em longo prazo são incertas, mas promissoras”, na avaliação da consultoria.

“Na verdade, o mercado de GNL global está passando por um grande período de mudança. Ele está se globalizando, conforme os números e tipos de compradores e vendedores aumentam”, detalha André Donha, diretor da KPMG no Brasil. Segundo ele, os modelos de precificação estão mudando sob a pressão do aumento da oferta e redução dos preços de energia. Outra característica atual é a existência de grandes incertezas sobre a demanda, o que influencia a precificação do combustível.

Brasil tem engenharia madura para aproveitar GNL

O relatório apontou ainda as incertezas nas demandas em diferentes períodos: retomada nuclear japonesa, crise na Ucrânia, armazenamento de GNL e trading de integração vertical (curto prazo). Outros fatores no radar do estudo são as novas alianças de compradores, desregulamentação japonesa, crescimento econômico chinês e novos gasodutos russos, além de novos importadores (médio prazo); e urbanização asiática. A consultoria lista ainda o GNL em transportes, energia renovável e política climática (longo prazo).

Segundo o diretor da KPMG, o grande aumento na oferta de GNL nos últimos anos baseou-se no crescimento da demanda asiática, que estava previsto para ser de 70% a 80% do crescimento global. “Aqui no Brasil, temos um bom nível de maturidade de diferentes setores para projetos de Exploração e Produção (E&P), em termos de engenharia, nível de competência dos profissionais e dos trabalhadores”, diz ele. “Dessa forma, posicionar uma planta de GNL em um local remoto não será um grande problema para nós. O país é um importador do combustível e também está estudando criar fábricas flutuantes para liquefação do GNL como uma solução para o gás produzido em campos pré-sal”, explica.