Evento mapeia novos investimentos em infraestrutura no Brasil

Redação – 17.06.2019 –

Lista inclui portos, ferrovias, novas estradas e a mudança do setor de óleo e gás 

O Fórum Lide de Energia & Infraestrutura, realizado na última sexta-feira (14) em São Paulo, mostrou uma lista de projetos de infraestrutura em andamento no país.

Leilão de portos estão entre os projetos em infraestrutura listados no evento em SP

Entre os destaques do encontro, Natália Marcassa, secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura, chamou a atenção para o modal portuário. “Temos três leilões previstos para agosto. Queremos avançar nas concessões de portos.” Já o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, destacou a necessidade de estimular a geração termoelétrica no país. “O ministro [Bento Albuquerque] lançará a estrutura do novo mercado de gás, estabelecendo condições e conciliando regulações locais e federal. Nossa expectativa é de 13 gigawatts de geração de gás natural para os próximos dez anos”, afirmou.

O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, elencou os principais investimentos em infraestrutura no estado como nas áreas de rodovias, transportes, portos e aeroportos. “Temos 21 projetos prioritários a serem contratados que somam R$ 41 bilhões”, afirmou. Os participantes do Fórum tiveram o panorama de investimentos do Estado de São Paulo complementado por Wilson Mello, presidente da InvestSP.

Ele citou os planos para concessão de aeroportos, parques públicos e travessias litorâneas (balsas). E anunciou um investimento de R$ 40 milhões da empresa francesa GreenYellow em duas cidades de São Paulo. Já o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo, Marcos Penido, falou sobre a produção de energia solar. “São Paulo tem uma capacidade gigante. Estamos estudando a utilização de painéis fotovoltaicos para geração de energia ao metrô”, afirmou.

Julio Fontana Neto, presidente do Comitê Operacional e membro do Conselho de Administração da Rumo, foi um dos debatedores do evento. Segundo o executivo, a companhia avaliará participação em leilões das concessões da Ferrogrão e da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Também presente no debate, Fabiano Lorenzi, diretor da VLI Logística, levantou o tema da segurança jurídica, que, segundo ele, é fundamental para o segmento. “Precisamos de segurança jurídica em relação à renovação das concessões.”

Indústria de óleo e gás passa por transformação no país 

No caso da indústria de óleo e gás, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, um dos palestrantes, destacou que o setor vive um momento de transformação no Brasil. “Tivemos monopólio de 60 anos da Petrobras e agora a companhia passa por um reposicionamento importante, pois cria novas responsabilidades para o governo”, analisou.

De acordo com Oddone, ao deixar de investir em refinarias, por exemplo, a empresa abre espaço para outros agentes ocuparem. “Estamos substituindo um monopólio por uma indústria”, disse. Segundo o especialista, o Brasil tem potencial para produzir 7 milhões de barris em 2030.

Já Antônio Guimarães, secretário executivo de E&P do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), lembrou que o petróleo vai perder relevância dentro de 20 ou 30 anos e, como consequência, seu valor cairá. Para ele, agora é o momento de o país aproveitar a janela de oportunidade. “O setor representa entre 50% e 60% de todo o investimento industrial brasileiro”, afirmou.

Antonio Bastos, CEO da Omega Geração, explicou que o setor de energia renovável tem crescido consideravelmente no Brasil. “O preço é muito competitivo”, disse. Por essas razões, Claudia Viegas, diretora de regulação econômica da LCA Consultores, destacou a urgência em acelerar investimentos no setor. “O petróleo é crucial. Precisamos atrair investimento em um curto espaço de tempo”, disse.

Luiz Fernando Furlan, chairman do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, reforçou a importância do segmento de energia e infraestrutura para o desenvolvimento do país. “Retomando os aportes em infraestrutura teremos um alento não só para o setor empresarial, mas também para a criação de empregos, que hoje é tema prioritário”, disse.