Ferrofrente defende espaço maior para modal ferroviário

Da Redação – 04.10.2018 –

Ferrofrente, iniciativa que reúne o setor ferroviário, se mobiliza hoje em Brasília

A Frente Nacional pela volta das Ferrovias (Ferrofrente) tem uma agenda ampla hoje na capital federal, com audiências no TCU, STF e ANTT. O objetivo? Defender mudanças no projeto nacional para o modal ferroviário e “definir uma pauta única que seja levada ao Supremo Tribunal Federal, a fim de que a relatoria do STF decida a favor da medida cautelar proposta pela Procuradoria Geral da República para impedir a renovação antecipada dos atuais contratos de concessão de ferrovias”, diz o documento oficial da Frente.

“A greve dos caminhoneiros demonstrou o quanto é danosa ao país a nossa dependência do transporte rodoviário. Toda nação com economia forte possui um projeto estruturado de ferrovias, exceto o Brasil”, argumenta José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da Ferrofrente. Segundo ele, a renovação antecipada das atuais concessões de ferrovias, que está sendo pleiteada pelos grupos que detêm esses direitos, é uma ameaça.

Meta é que modal ferroviário transporte pelo menos 35% dos passageiros no país

“Da forma como está organizada hoje, a utilização das ferrovias só está a serviço do escoamento de matérias-primas de um reduzido grupo empresarial, sem atender a interesses coletivos e beneficiar as cidades cortadas pelas ferrovias. Esses grupos acenam com investimentos pontuais para conseguir a renovação das concessões até 2058, o que seria catastrófico para o país”, comenta o presidente da Ferrofrente.

Hoje, o transporte de passageiros por via ferroviária fora das regiões metropolitanas é praticamente inexistente. José Manoel aponta a falta de interesse dos atuais operadores como um dos fatores que colaboram para esse cenário. “Nossa proposta, que será discutida para ser apresentada, é que o modal ferroviário responda por pelo menos 35% do transporte de passageiros no país”, afirma. “Para que isso ocorra, é preciso garantir o direito de passagem, relativizando a exclusividade de quem detém as concessões”, completa.

Ele acredita que se o Brasil sinalizar uma mudança de prioridades, o país poderá atrair grandes investimentos para o setor ferroviário. “Temos um mercado potencial enorme o suficiente para promover investimentos na indústria ferroviária brasileira e a abertura de licitações internacionais bastante concorridas para os trechos existentes, que inclusive poderão trazer novas tecnologias nessa área para o país”, defende José Manoel.