Geossintéticos estimulam reciclagem de plástico no Brasil

Da Redação – 08.11.2018 –

O Brasil recicla 25% do plástico pós-consumo, na maior parte embalagens. Quando avaliado o extrato das garrafas PET, esse índice sobe para 51%. Isso explica porque o país está entre os 10 que mais reciclam plástico no mundo e é caso de sucesso na regiclagem de PET. A indústria de geossintéticos se sente responsável por grande parte desse avanço, já que utiliza PET reciclada há mais de 20 anos na composição dos seus produtos.

Na defesa do Comitê Técnico de Geossintéticos da ABINT (Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos), isso ocorre porque há uma combinação vantajosa de preço, qualidade e sustentabilidade ambiental. “Como a garrafa é o primeiro uso de um polímero, o PET reciclado dela é a primeira reciclagem do produto, o que garante uma qualidade de reciclado mais estável”, informa a entidade. Segundo ela, isso é fundamental para o processo de fabricação da fibra e filamentos dos geotêxteis, que muitas vezes são usados em aplicações de longa duração.

Estudos do CTG que exumaram produtos geotêxteis provenientes de reciclagem para fins de pesquisa mostraram que o geotêxtil permanece com suas propriedades inalteradas depois de 20 anos de uso.

O processo é simples, mas depende de rigores técnicos em cada uma das etapas. Primeiro os fardos de garrafa PET provenientes do consumo são recebidos, passam por um processo de seleção e separação de contaminantes. Depois são encaminhados para lavagem, descontaminação e moagem, se transformando nos “flakes” (plástico triturado e descontaminado na forma de flocos). Na sequência, vem o processo de fabricação da fibra de poliéster, na qual os flakes são alimentados em uma máquina e fundidos por aquecimento, transformando-os em filamentos muito finos, que são estirados, frisados, cortados em fibras e enfardados. 

Além dos geotêxteis, os polímeros reciclados podem ser utilizados na fabricação de núcleos de drenos verticais, mantas de controle de erosão temporária, alguns tipos de tubos para drenos e de geocompostos drenantes.

A reciclagem do PET no Brasil é uma das mais avançadas no mundo, reciclando 274 mil tons, aproximadamente 51% do PET consumido. O setor de nãotecidos utiliza cerca 12,7% desse volume, 35 mil tons/ano.