ANP fecha leilão do Pré-sal

Da Redação – 27.10.2017 – Atualizada às 14h40

Depois de derrubar liminar de juíz do Amazonas que suspendia a segunda e terceira rodadas, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) fecha o leilão, arrecadando 6,15 bilhões de reais

Hoje foi um dia D para o pré-sal. O leilão envolvendo duas rodadas resultou num bônus de assinatura (valor pago imediatamente) inferior aos 7,75 bilhões estimados pela ANP. Das oito áreas, duas não receberam lance. As outras seis foram divididas entre a Petrobras e várias multinacionais do setor:  Sul de Gato do Mato (Shell e Total), Entorno de Sapinhoá (Petrobras, Repsol Sinopec e Shell), Norte de Carcará (Exxon Mobil, Statoil), Petrogal Peroba (Petrobras, BP e CNODC), Alto de Cabo Frio Oeste (Shell, CNODC ) e QPI Alto de Cabo Frio Central (Petrobras e BP).

O leilão foi iniciado depois que a ANP derrubou uma liminar do juiz Ricardo Augusto de Sales, da 3 Vara Federal Cível do Amazonas, que suspendia o processo. Segundo o magistrado haveria o risco contra o patrimônio público em função do lance inicial das rodadas, ser considerado baixo. As últimas rodadas do pré-sal aconteceram há quatro anos, de acordo com a edição online do jornal O Globo. A suspensão – agora derrubada – seria mais um golpe – com o perdão da palavra – ao governo Temer, que aposta no segmento de óleo e gás como um dos impulsionadores da recuperação econômica.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo no pré-sal acontece a partir de 84 campos nas bacias de Campos e Santos. Ontem, no evento OTC Brasil 2017, que acontece no Rio de Janeiro, o presidente da Petrobras destacou que a entrada de novos players é um dos acertos da política atual para o segmento. “Tenho certeza de que veremos o quão certo o governo estava em tomar essa medida. A Petrobras, sozinha, não teria condições de desenvolver todos os campos que serão ofertados no leilão de sexta”, ressaltou Pedro Parente, quando ainda não havia sido emitida a liminar que suspende as duas rodadas.

Segundo ele, a previsibilidade no calendário das rodadas é um dos fatores positivos para a retomada da indústria de petróleo no Brasil, além de outras medidas chave, como a decisão do governo federal de acabar com o operador único.

“Estamos investindo, mas a baixa do barril provocou uma adaptação do mercado em relação aos custos e agora o governo tem que ajudar com a criação de emprego”, afirmou. “Vamos defender que os reguladores baixem as taxas para campos com menor capacidade de produção, alguns com descobertas de mais de 20 anos, mas que não foram desenvolvidos, como é o caso de Xerelete”, disse Rabilloud.

A Petrobras também continua ativa e o campo de Libra foi destacado como um exemplo de novas tecnologias. Localizado na Bacia de Santos, ele recebeu um novo FPSO (navio flutuante de produção, armazenamento e descarregamento de petróleo e gás). Orlando Ribeiro, gerente-geral da Petrobras, falou que a empresa estuda possibilidades de exportar gás do campo por meio de um novo hub e tecnologias capazes de aumentar a pressão para separação do gás.

“Além disso, haverá uma transformação na estratégia, cultura e processos de Libra, por meio do uso de tecnologias digitais que aumentem significantemente o desempenho do projeto. Será possível criar novos resultados através do compartilhamento de dados e integração”, completou.