Mais de 15% dos carros devem ser elétricos até 2030, mostra estudo

Da Redação – 24.10.2018 –

De acordo com um estudo divulgado em setembro pela consultoria Mckinsey, entre 15% e 30% da frota de carros vendidos no Brasil será híbrida ou elétrica. Os híbridos deverão ocupar a maior fatia dessa projeção, por representarem mudança menos radical de consumo.

“As pessoas pensam que o carro elétrico é mais devagar, menos divertido, que a bateria vai estragar. Os países que estão mais avançados na eletromobilidade possuem maior presença dos carros na rua, assim as pessoas conseguem ver como funciona. Quem dirige sente a diferença e acaba quebrando vários conceitos, como achar que a bateria acaba, entre outras coisas”, avalia Bernardo Ferreira, consultor associado da Mckinsey.

A Toyota, fabricante que produziu o primeiro carro híbrido para venda em escala mundial, o Prius, já embarcou na onda para 2030 e contabiliza que já foram vendidas mais de 12 milhões de unidades do seu modelo mais. “Num primeiro momento, é preciso que o consumidor tenha o conhecimento a respeito do que é um veículo eletrificado, conheça os seus benefícios e tenha segurança para incorporar este tipo de tecnologia na sua rotina. Depois, também é importante investir em políticas públicas estaduais que incentivem e estimulem a produção nacional”, diz Thiago Sugahara, chefe de relações governamentais da Toyota do Brasil.

A montadora também acredita que o mercado brasileiro está em fase de transição e adequação às novas tecnologias. Por esse motivo, apresentou o primeiro híbrido flex do mundo, em parceria com a Toyota Motor Corporation. “É um bom exemplo de adaptação necessária para a criação de um mercado sólido para veículos eletrificados no Brasil”, complementa, Sugahara.

Além da adequação aos modelos híbridos e elétricos, outro fator que ainda trava o consumo desses modelos é o preço. Alguns agentes do setor, inclusive a Toyota, defendem a desoneração do IPVA para consumidores, que já acontece em São Paulo, porém o valor do tributo ainda não está sendo devolvido aos proprietários. Outro ponto defendido pela montadora é a revisão do IPI (Imposto Federal) e a desoneração do ICMS (Imposto Estadual), ajudando a viabilizar a produção de carros híbridos e elétricos no médio prazo. “Políticas de estímulo em pesquisa e desenvolvimento e engenharia podem ajudar a desenvolver novos produtos no médio e longo prazo, tornando os custos dessa tecnologia mais acessíveis a partir da localização de partes e componentes para a fabricação de carros híbridos e elétricos”, diz o executivo.

Até 2020, a multinacional japonesa contará com 10 modelos elétricos. Segundo o estudo da Mckinsey, citado anteriormente, nos próximos dois anos serão lançados, aproximadamente, 300 novos modelos mais sustentáveis e eficientes. Abordando o cenário atual, a Toyota afirma que os carros híbridos são mais populares no Japão, Europa e Estados Unidos. “Alguns mercados emergentes como China e Índia despontaram como terceiro e quarto lugar nos maiores mercados individuais no primeiro trimestre de 2018. A disseminação dos benefícios e funcionamento dessas tecnologias é essencial para o conhecimento do público em geral”, conclui Sugahara.