Mercado livre de energia: R$ 127 bilhões em 2018

Da Redação – 26.11.2018 – 

Segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abracel), mercado livre de energia pode dobrar com adoção de abertura total do setor elétrico

A livre comercialização de energia deve aumentar 30% em 2018 na avaliação da entidade do setor. Se a estimativa estiver correta, isso significará um faturamento de R$ 127 bilhões para as mais de 240 empresas que comercializam energia no mercado livre. Do lado de quem compra, estamos falando de aproximadamente 5,6 mil consumidores livres e especiais que representam, por exemplo, 80% do consumo industrial brasileiro. Em termos de volume, o mercado livre comercializa 65% de toda a energia transacionada no país.

O mercado tradicional, no entanto, ainda é majoritária, o que evidenciaria “o pouco estímulo que foi dado até hoje à abertura do mercado”, na avaliação de Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel. Ele lembra que a associação calcula em R$ 12 bilhões por ano a redução da conta de luz para os 80 milhões de consumidores brasileiros, caso o modelo de livre comercialização fosse adotado no país como um todo. Outra forma de avançar seria abrir o mercado para a camada do setor produtivo que ainda não está na modalidade. Nesse caso, as contas seriam reduzidas em R$ 7 bilhões.

Entre o conjunto de propostas oferecido pela Abraceel aos representantes do novo governo eleito do Brasil, além da abertura do mercado, estão também o despacho por oferta de preços, a separação de lastro e energia e a racionalização dos subsídios que estão hoje na conta de luz. A reforma do setor elétrico vem sendo debatida há anos e já consensada entre os agentes avança no Congresso Nacional por meio do PL 1917/15 na Câmara e PLS 232/16 no Senado.

 “Se implementadas, essas medidas poderiam dobrar o tamanho do setor em pouco tempo, com a oferta de energia mais barata e mais limpa”, diz Medeiros. “O setor teria condições de obter novas linhas de financiamento, propiciando a expansão da oferta sem sobrecarregar as contas públicas”, complementa.