Não é cristal e é bruto, mas também é Swarovski

Por Rodrigo Conceição Santos – 30.08.2017 –

Fio diamantado encapado com Borracha (Foto Tyrolit)

Se você pensa que o nome Swarovski só diz respeito aos cristais finos que adornam sapados, roupas ou joias caríssimas, erra. Esse é um grupo de empresas de origem austríaca. Seu fundador, Daniel Swarovski, começou mesmo com a arte de cortar cristais mecanicamente em 1892, após desenvolver uma tecnologia que é segredo mundial mantido até hoje e que confere qualidade ímpar aos miúdos da marca. Mas como cientista e empreendedor ele extrapolou o mundo da moda, criando outros negócios, entre eles a Tyrolit, fundada em 1919. Essa empresa, de certo modo, leva o DNA dos cortes precisos, pois fabrica ferramentas abrasivas e superabrasivas para cortar materiais duros, como concreto e rochas. Contudo, a matéria-prima é o diamante e os clientes estão na construção civil, mineração e outras indústrias.

Um dos produtos carro-chefe da Tyrolit é o fio diamantado, usado para cortes em pedreiras e estruturas de concreto, entre outros materiais. Tratam-se de materiais feitos com o mineral raro, misturados em liga metálica e envoltos por borracha ou plástico, dependendo do modelo e tipo de aplicação. “No setor de construção, por exemplo, eles realizam corte em qualquer tipo de concreto (armado ou não). Isso possibilita a execução de reformas ou correções de projeto de forma prática, rápida e limpa”, diz Marcelo Domichilli, supervisor da área de Customer Service.

O que ele se refere como correção de projeto pode ser demonstrado com um corte na coluna para o encaixe de uma viga. Ou mesmo o corte numa parede para que se aumente a sensação de vão livre dentro da casa ou estabelecimento comercial/industrial.

Na mineração, a área de mármores e granitos faz uso da tecnologia para retirada ou separação de blocos sem a utilização de explosivos. Nesse caso, explica José Marcandalli, gerente de vendas da divisão Pedra, Cerâmica e Vidro da empresa, o uso de fio diamantado tem se efetivado como uma maneira sustentável de realizar cortes precisos, em alta velocidade e com menor desperdício de matéria-prima. “Um dos diferenciais da nossa tecnologia é a boa distribuição de água por todo o fio, o que permite perfeita remoção dos resíduos gerados durante o corte e maior produtividade”, diz ele.

Em granitos de classe 1, os fios diamantados da Tyrolit prometem velocidade de corte de 20 a 35 metros quadrados por hora. Em granitos de classe 5, mais duros, a produtividade vai de 4 a 8 m²/h. “Esses fios, além da possibilidade de encapamento com borracha ou plástico, podem ou não ter molas. Essa gama de opções permite sua aplicação em outros materiais, como arenito, calcário e pedras macias”, diz Marcandalli. “Além disso, há variações de todos esses modelos para equipar cortadoras estacionárias ou móveis, multi fio ou monofio”, completa.

A Tyrolit, segundo ele, tem outra gama de ferramentas diamantadas para atuação desde a extração até o beneficiamento de rochas ornamentais. O executivo da empresa cita como exemplos os discos de corte para máquinas talha blocos, rolos calibradores para processamento da superfície de granitos e ferramentas para polimento de mármores, granitos e aglomerados.

No Brasil, a empresa tem uma planta em Cabreúva (SP) desde 1996. No mundo, há atuação em outros 28 países através de fabricantes e distribuidores próprios, e em outros 65 países, com parceiros regionais.