Nem incêndio para a retomada da Marcopolo

Da Redação – 08.11.2017 –

Fabricante de ônibus tem aumento de 15,7% de aumento na receita nos primeiros nove meses do ano em relação ao mesmo período de 2016

A mitologia brasileira aponta o mês de agosto como o de mau agouro. No caso da Marcopolo, o processo aconteceu mais tarde. No começo de setembro, sua fábrica de plásticos foi atingida por um incêndio, paralisando-a entre os dias 4 e 18. O problema afetou a produção das unidades de Ana Rech (duas semanas) e a de Planalto (uma semana), ambas responsáveis por 60% da fabricação da companhia no Brasil. Pois bem, nem o incêndio – e suas consequências – derrubou os resultados da companhia, cuja receita líquida cresceu 4% no terceiro trimestre.

Como a decência estilística nos impede de avançar mais nas citações míticas, não vamos falar em “recuperação das cinzas” e nem lembrar a famosa Fênix. Vamos, em vez disso, ouvir a explicação de Francisco Gomes Neto, diretor-geral da Marcopolo. Segundo ele, “a adoção do plano de retomada, associado à utilização da metodologia Lean, contribuiu para uma recuperação mais rápida do inicialmente previsto, com menor custo e maior eficiência”. Ainda de acordo com ele, pesou no processo o papel dos colaboradores e dos parceiros e fornecedores.

Pra resumir, apesar da paralisação, a produção no terceiro trimestre alcançou 2.151 unidades, 1,4% acima das 2.122 unidades produzidas no terceiro trimestre de 2016. O lucro bruto – no período – chegou a R$ 112,3 milhões, contra R$ 77,8 milhões do terceiro trimestre de 2016, com aumento de 44,3%. Já no acumulado do ano, o lucro bruto foi de R$ 283,7 milhões, contra R$ 236,4 milhões, com crescimento de 20%.

O reaquecimento do mercado, com o perdão da expressão, também conta no processo.  O destaque do trimestre foi o mercado doméstico, cujas receitas cresceram quase 90% quando comparado ao mesmo período de 2016 (que não foi exatamente um ano para se comemorar). O faturamento no segmento de rodoviários foi 270% superior, com uma produção quase 110% maior, somando 508 unidades.

O ritmo continua abaixo do normal no setor de ônibus urbanos, mas a Marcopolo destaca o programa federal de renovação de frota (Refrota). Os entraves burocráticos, nesse caso, começam a ser superados, o que destrava os pedidos de financiamento, “mesmo que de forma morosa”, na avaliação da empresa.