PPP pode ser a saída para investimentos em infraestrutura de saneamento básico
Da Redação – 15.04.2016 –
Avaliação é da Aquafed, entidade internacional que reúne operadores privados do setor.
O senegalês Mamadou Dia, presidente da Aquafed, foi um dos principais convidados do 6º Encontro Nacional das Águas, realizado em São Paulo entre terça e quarta-feira dessa semana. E ele foi direto ao ponto: “a decisão sobre a forma como será prestado o serviço é sempre das autoridades públicas, mas a iniciativa privada pode contribuir muito na gestão e operação, com vários modelos”, resumiu.
Segundo ele, as parcerias público-privadas (PPP) são cada vez mais fundamentais, uma vez que pelo menos 40% da população mundial ainda não possui acesso a sistemas sustentáveis de água e saneamento. Dia acredita que o Brasil poderá seguir o exemplo de outros países e aumentar a participação da iniciativa privada na operação de serviços públicos de saneamento.
A participação privada no Brasil é de aproximadamente 6% do mercado, índice bem abaixo da média de outros países, caso da França, onde as empresas privadas respondem por 75% da prestação de serviços nessa área. Na Alemanha, o índice é de 40% e nos Estados Unidos cerca de 73 milhões de pessoas atendidas pelo segmento privado, o que seria aproximadamente 23% da população atual do país.
Para Alexandre Ferreira Lopes, presidente do Sindcon, sindicato que reúne as empresas privadas desse setor no Brasil, chegou a hora de o país assumir o saneamento como prioridade e direcionar mais investimentos para o setor.
“A iniciativa privada possui hoje R$ 30,5 bilhões comprometidos em contratos no saneamento, mas podemos contribuir com mais.
O Brasil não está conseguindo atingir a meta do Plano Nacional de Saneamento Básico, que é investir R$ 15,2 bilhões por ano no setor, e a participação da iniciativa privada seria fundamental para atingirmos esse patamar de investimento”, completa.