Refinarias e geração de energia em perigo

Por Nelson Valêncio – 14.04.2015

Pesquisa patrocinada pela Honeywell indica os setores mais vulneráveis aos ciberataques, entre eles o de óleo e gás e o de energia

ciberataquePrimeiro, vamos esclarecer: não estamos falando em escândalos de corrupção. No caso do Brasil, parece incrível, mas existem outras ameaças além do propinoduto da Petrobras. E o perigo vem de ciberataques. No final de março, a multinacional americana Honeywell anunciou a criação de uma área especializada no tema, o Industrial Cyber Security Lab. Localizado em Duluth, a instalação reúne a inteligência para lidar com um perigo que vem aumentando ano a ano. Segundo o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, as unidades industriais têm sido cada vez mais alvo de ciberataques, sejam para paralisar as instalações ou sejam para tentar roubar segredos de produção. A Honeywell, aliás, patrocinou uma das mais recentes pesquisas sobre o tema, executada pela Ipsos em 2014 e que envolveu entrevistas com 5.065 adultos (entre 16 e 64 anos) em dez países, incluindo o Brasil.

De acordo com o levantamento, 75% dos entrevistados têm medo que os ciberataques possam prejudicar setores importantes da economia e os segmentos de óleo e gás, químico e o de energia estariam entre os mais vulneráveis. No caso da Índia, China e México, o medo é um pouco maior porque, entre os respondentes desses países, avalia-se que os governos e as instituições locais não teriam capacidade de responder, de forma apropriada, às ameaças. Para os especialistas da Honeywell, a proteção no caso de plantas industriais deve ser concentrada nos ativos e na propriedade intelectual.

Os números variam, mas no Reino Unido, o governo britânico avalia que as perdas com ciberataques chegariam a US$ 664 milhões a cada ano. Nos Estados Unidos, o Departamento de Segurança Interna acredita que 40% dos ataques desse tipo em 2012 foram concentrados no setor de energia. Outro setor, em nível mundial, bastante visado seria o que engloba as atividades médicas, farmacêuticas e de tratamento de saúde, assim como o segmento aeroespacial e de defesa. Enquanto os indianos lideram as preocupações, ao lado dos japoneses, os australianos estão entre os menos preocupados.

No caso da Honeywell, a nova instalação vai concentrar a experiência da empresa em evitar crimes cibernéticos. A sua divisão Industrial Cyber Security já entregou mais de mil projetos no mundo todo num período de mais de uma década. As iniciativas envolvem refinarias, plantas químicas, unidades de processamento de gás, produtoras de energia e mineradoras. Além de instalações para simulação e treinamento, o novo laboratório deverá ser usado para atividades de teste e certificação de soluções.