São Paulo está à venda?

Da Redação – 30.08.2017 –

Para subsecretário de Desestatização e Parcerias, Ricardo Bargieri, a resposta é mais complexa do que isso. Anhembi, Interlagos e vários imóveis, além de terminais urbanos estão em pacotes diferentes

Também participante do Ciclo Mobilidade: Marco Regulatório, PPP e Concessões, organizado pela Arq.Futuro e que aconteceu ontem em São Paulo, na Fundação Getúlio Vargas, Bargieri lembra que a gestão do prefeito João Dória começou identificando 55 “ideias” que envolvem desestatização. Um primeiro pente fino chegou ao número de 10 projetos prioritários, que combinam maior impacto social e financeiro para a maior cidade do Brasil. Entre os projetos estão a passagem do complexo do Anhembi, parque de exposições famoso da capital, o autódromo de Interlagos e vários imóveis não ocupados pela gestão. “São instalações que já eram privadas e por alguma razão foram estatizadas, então estamos, na verdade, devolvendo para a iniciativa privada”, afirmou.

Outra frente destacada pelo subsecretário é o de terminais urbanos. São Paulo tem 27 deles, os quais geram receitas de R$ 8,2 milhões ou 5,5% dos custos de operação em si. Resumindo: a cidade teria um prejuízo anual da ordem de R$ 142 milhões. Eles movimentam cerca de 836 mil passageiros diariamente e sua concessão pode gerar negócios, incluindo a possibilidade de envolver uma área de 600 metros no entorno de cada um, criando opções para empreendimentos comerciais e imobiliários.

Um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) acaba de ser lançado pela prefeitura paulistana, envolvendo 24 terminais, sendo que os três restantes devem ser modelados internamente. Um exemplo para a remodelação de todos é a estação de King Cross, em Londres, e vários terminais urbanos no México. A ideia é usar os terminais como pontos de atração, resolvendo demandas locais e com a integração com projetos de compartilhamento de bicicletas – elétricas ou convencionais.