Sistema da ABB quer ser o Big Brother da mineração

Interfaces de trabalho em tempo real e de fácil utilização com relatórios detalhados ajudam os operadores e técnicos a aperfeiçoarem as atividades de manutenção.
Interfaces de trabalho do AssetVista.

 Da Redação 15.06.2015

Focado em gerenciamento de ativos, serviço prevê unificar dados de operação, automação e manutenção e compartilhá-los entre as três áreas

Qual é o segredo do sucesso de um reality show como os famosos (ou, para alguns, famigerados) BBBs? Resposta: a boa edição, que permite que se conte uma ou várias histórias para o público. Bom, para termos boas histórias, precisamos de fatos e a coleta deles, no caso do BBB, acontece por meio de imagens. No gerenciamento de ativos proposto pela ABB, o processo de coleta envolve dados de três áreas: operação, automação e manutenção e sua integração numa só base, que pode ser compartilhada entre os três departamentos. Não deixa de ser uma edição, porém mais sofisticada. A vantagem é clara, considerando que muitas mineradoras – assim como outras empresas – trabalham com a velha cultura de buscar informações de suas plantas, mas mantê-las seccionadas em departamentos, em “silos” separados.

A proposição da ABB é integrar esses “silos”, com o lançamento do serviço AssetVista, o qual faz parte da plataforma AssetOptitimization. Na América Latina, a tecnologia começa a ser oferecida nos mercados brasileiro, chileno e peruano, os três mais importantes no segmento de mineração. Segundo a ABB, o módulo deve trazer dados até então inexplorados pelas mineradoras em suas plantas de processamento mineral. Mais do que novos inputs, o processo ganha musculatura pela combinação de dados extremamente diferentes, caso dos sinais de válvulas, switches, sensores, motores, disjuntores, redutores, britadores e transportadores como as citadas correias. Esse mix permitiria aumentar a confiabilidade dos equipamentos e reduzir custos operacionais e de manutenção. Resultados: paradas não planejadas seriam evitadas, assim como a produtividade seria aumentada.

Um exemplo citado pela ABB seria o das correias transportadoras, sistema de movimentação de minérios na planta de processamento. Informações essenciais desses equipamentos não são compartilhadas entre todas as partes envolvidas, pelo menos não em tempo hábil. Se uma falha potencial ocorrer, por exemplo, devido à deficiência de lubrificação de um motor elétrico, o engenheiro de manutenção pode não ter informações sobre isso antes que a produção seja totalmente comprometida. E, mesmo quando identificada, o engenheiro pode não reconhecer com rapidez a central de lubrificação como geradora da causa raiz desta falha. Segundo a ABB, o AssetVista evitaria este cenário, através do direcionamento e tratamento das informações em um sistema orientado a manutenção. Desta forma, todos – os departamentos de operação, manutenção e automação são previamente notificados sobre uma falha potencial (neste caso falha de lubrificação) juntamente com uma sugestão de ação, habilitando assim tempo suficiente para a resolução do problema antes que a produção seja prejudicada.

Giuseppe di Marco, diretor executivo da unidade de negócios das indústrias de processo da ABB, complementa, lembrando que há quatro etapas de implementação do AssetVista. “Durante uma avaliação no local, os especialistas da ABB, em conjunto com especialistas de manutenção da planta, fazem uma avaliação precisa das necessidades de manutenção. Uma solução de longo prazo é então desenvolvida com base nas metas de negócio e tecnologias disponíveis”, diz ele. Na fase seguinte, a equipe da ABB implementa o monitoramento de condição em tempo real, e por fim, remotamente mensura e otimiza o desempenho de manutenção, apresentando os resultados em relatórios periódicos. Sob um contrato de serviço, a ABB garantiria o monitoramento de condição sempre atualizado e eficiente de forma que as equipes do cliente possam focar em suas atividades de manutenção diária.