Sumicity contrata Padtec e amplia capacidade de sua infraestrutura

Por Nelson Valêncio – 29.02.2016 –

Operadora de telecomunicações tem mais de 10 mil km de rede óptica instalados. Com adoção do DWDM da Padtec, fabricante baseada em Campinas (SP), a capacidade da planta triplica e garante a oferta de banda larga, internet e TV por assinatura na modalidade de IPTV.

Enquanto as grandes operadoras de telecomunicações lutam num mar tingido de vermelho pela concorrência acirrada, a Sumicity domina um oceano azul no interior dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Agora, o avanço inclui o vizinho Espírito Santo. Criada em 2002 como uma infraestrutura própria para interligar uma rede de lojas, a empresa tem a meta de estabelecer a cobertura dos três estados até 2020. A oferta de serviços inclui internet de banda larga, telefonia e TV por assinatura, com tecnologia IPTV. Como se trata de um pacote sofisticado e que exige capacidade de tráfego, a Sumicity investe em infraestrutura física, tendo superado os 10 mil km de rede em fibra óptica, boa parte deles renovado nos últimos dois anos.

“Padronizamos a infraestrutura para manter a qualidade para os clientes, cuja maioria 80% é residencial e recebe os pacotes via FTTH, ou seja, fibra óptica até a casa”, resume Vicente Gomes, diretor da Sumicity. Diferente do cenário de empresas que atuam nos grandes centros urbanos, o FTTH é uma realidade para toda a base da Sumicity. Isso explica a penetração de cerca de 40% da banda larga, cujo plano de menor capacidade é de 20 mega. A mesma rede de alta capacidade também serve como alavanca para o incremento dos assinantes de TV por assinatura: atualmente um quarto dos potenciais assinantes cobertos é usuário da operadora.

O cenário vivido pela Sumicity justifica pesquisas recentes na área de telecomunicações, as quais indicam que a precificação não é o principal fator de contratação de um serviço e sim a qualidade de transmissão de dados. E reforça a estratégia da operadora de triplicar sua capacidade de tráfego com canais passando de 30 Gb/s para 100 Gb/s. O salto foi feito sem grandes investimentos em infraestrutura física em si, embora Gomes reforce que a empresa mantém a expansão, inclusive com equipe de instalação e manutenção próprias. Para incrementar sua infovia, a operadora contratou a fabricante brasileira Padtec, sediada em Campinas (SP). Especializada em soluções turnkey para redes ópticas, a empresa vem ativando a tecnologia de DWDM na malha da Sumicity.

De forma bastante simplista, o DWDM ou multiplexação densa por comprimento de onda funciona como se uma grande estrada larga fosse fatiada, permitindo que mais carros pudessem trafegar paralelamente pela mesma infraestrutura física já existente. Na Sumicity, a capacidade triplicada (e não usada em sua capacidade máxima) pavimenta os planos de expansão e de ofertas mais sofisticadas para a base de assinantes. Tecnicamente, a ativação da Padtec envolve a instalação de transponders OTN, ou seja, dispositivos que recebem e retransmitem o sinal na rede de transporte óptica da operadora, além de amplificadores e sistemas de proteção com comutação automática.

Rede tem padrão carrier class, similar ao de grandes operadoras internacionais

Para Argemiro Sousa, diretor de Negócios da Padtec, o contrato com a Sumicity confirma a vocação da empresa em investir em alta tecnologia e estruturar uma engenharia financeira com financiamento local: uma vez que produz no Brasil, a companhia de Campinas pode oferecer equipamentos “finamizáveis”. O fato de fabricar os dispositivos no país também viabiliza o suporte técnico mais próximo e alinhado com a expansão da operadora. “Eles têm uma rede de padrão carrier class, muito similar a de grandes operadoras, o que vai garantir a expansão de serviços de banda larga. Também aumentaram o valor dos ativos de infraestrutura”, argumenta.

Gomes, por sua vez, destaca que a penetração e a qualidade de rede que a Sumicity detém permite que a empresa faça vários contratos de swap – troca de infraestrutura – com as grandes operadoras, ampliando a cobertura óptica em mão dupla. As chamadas internet service providers ou ISPs são outro mercado que pode ser expandido com a rede de alta capacidade da Sumicity. Na ponta do usuário final, a operadora escolheu tecnologias simples de ativação tanto para banda larga como para a TV por assinatura. Segundo ele, a expansão permite que a operadora trabalhe tranquila pelos próximos quatro ou cinco anos.

Para resumir: em termos de modelo de negócio, a operadora fluminense lembra muito a GVT, recém-incorporada pela Telefônica. Se o movimento de aquisição vai se repetir, essa é outra história. 

BOX – Cemig Telecom também usa tecnologia da Padtec

Com um backbone de 2,5 mil km, o braço de telecomunicações da distribuidora de energia mineira é outro usuário da tecnologia de DWDM da fabricante brasileira. Com a ativação da infraestrutura – escalável para até 40 canais e 100 Gb/s – a Cemig Telecom teve a rede ativada em duas fases pela Padtec. Hoje, a malha interliga as principais cidades do estado de Minas Gerais, incluindo Belo Horizonte e Região Metropolitana, Barbacena, Juiz de Fora, Uberlândia, Uberaba, Varginha, Poços de Caldas e Governador Valadares. De acordo com a Padtec, mais de trinta cidades fazem parte da interligação e a operação da rede é baseada em transponders OTN.