Uso de concreto nas rodovias brasileiras pode reduzir emissão de gases e consumo de diesel

Redação com ABCP – 26.05.2021 – Estudo baseado em pesquisa realizada pelo MIT aponta redução de 18 milhões de toneladas de dióxido de carbono e de consumo de diesel em 5,3 bilhões de litros

O uso do concreto na pavimentação de estradas poderia trazer ganhos não apenas para motoristas, concessionárias e órgãos públicos, mas principalmente ao meio ambiente, segundo estudo da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a partir de uma ampla, profunda e reconhecida pesquisa feita pelo Centro de Sustentabilidade de Concreto do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Intitulada Visão geral da interação entre os veículos e o pavimento, a pesquisa coordenada por James Mark mostra quais os benefícios, vantagens e incentivos econômicos se as estradas fossem pavimentadas com concreto ao invés de asfalto. Na projeção feita para o Brasil, a ABCP chegou à conclusão que, caso as estradas brasileiras fossem de concreto, o meio ambiente seria diretamente beneficiado com a redução da emissão de 18 milhões de toneladas de CO2 por ano.

Com isso, um terço dos gases emitidos pela a indústria do cimento poderiam ser mitigados se as rodovias fossem em concreto. Isso sem falar em outros tipos de gases e materiais que são emitidos na queima do diesel. Só para ter uma ideia, seriam necessárias cerca de 1 bilhão de árvores para neutralizar essas emissões em excesso. Isto é, aproximadamente a 10 milhões de hectares de floresta.

Outra constatação feita pela entidade no Brasil foi em relação a redução no consumo de combustível. De acordo com as estimativas, o potencial de redução seria de aproximadamente 5,3 bilhões de litros de combustível por ano apenas com os caminhões.

“Essa redução seria apenas com a frota de caminhões, composta de 2 milhões de unidades, levando em consideração os dados da CNT (Confederação Nacional do Transporte) no qual cada veículo roda em média 100 mil km por ano”, explica o responsável pelo estudo da ABCP, a partir da pesquisa do MIT, o engenheiro Fernão Dias Paes Leme. Transformando isso em valores, essa redução do uso de combustível resultaria numa economia de R$ 20 bilhões por ano só com o diesel. “Isso sem falar do desgaste dos veículos, uma vez que estradas pavimentadas com concreto não apresentam ondulações e buracos como as asfaltadas.”, complementa Fernão.

O estudo também confirma que um dos principais fatores que contribuem efetivamente para a economia de combustíveis é justamente a característica estrutural entre o asfalto e o concreto. Isso ocorre porque as deflexões promovidas por veículos, principalmente pesados, nos pavimentos de asfalto são maiores do que no concreto. Isto significa que quanto mais rígido o pavimento, menos deflexões ele sofrerá, necessitando de menos combustível ou energia para sair da inércia.

Além das estradas de concreto não deformarem, não formam trilhas de rodas nem buracos e, em dias de chuva, os pavimentos de concreto anulam as chances do veículo aquaplanar, trazendo mais segurança aos motoristas e usuários. Também foi constatado que pelo fato do concreto ser claro e refletir mais luz, diminuem-se as ilhas de calor, possibilitando uma melhor visibilidade e redução (cerca de 50% a menos) no número de postes de iluminação gerando uma economiza representativa de energia elétrica.