Veículos elétricos já são realidade mundial, defende NeoCharge

Redação – 18.05.2021 – Na Noruega, a cada dois, um é veículo elétrico, segundo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA). O exemplo é usado pela NeoCharge para defender que já estamos, de fato, na era dos carros elétricos. Mais do que isso, já é possível contabilizar que no país nórdico cerca de 80% das recargas são feitas nas próprias residências.

Para Felipe Martins, gerente de mobilidade elétrica da NeoCharge, avalia que há poucos anos, o carro elétrico não era uma opção viável, pois a tecnologia da bateria era atrasada, cara e não possuía capacidade de armazenamento suficiente para mover um veículo por longas distâncias. Isso mudou. “Além das vantagens ecológicas, os veículos elétricos também trazem praticidade e eficiência na logística. Do ponto de vista de cadeia produtiva, faz muito mais sentido produzir energia e transportá-la em cabos de transmissão do que perfurar o oceano, extrair um líquido, levar a uma refinaria e, depois de tratá-lo para distribuir por meio de caminhões tanques para postos de combustível”, afirma Martins.

Ele salienta que estamos em uma nova era e a autonomia de um carro elétrico já não é mais um problema.

Políticas públicas podem impulsionar veículos elétricos

O futuro da mobilidade elétrica depende da estruturação nas cidades, o que significa possuírem pontos de recarga em alta escala – a exemplo do que são os postos de combustíveis, hoje em dia. Para isso, é necessário investimento tanto do setor público quanto privado no que tange os comércios, hotéis, aeroportos, entre outros. O maior benefício neste caso é que os proprietários de veículos elétricos podem ter seus próprios pontos de recarga em suas casas, como se tivessem o seu próprio posto de combustíveis na comparação com os tempos atuais.

Na opinião de Martins, para que as cidades e países avancem mais rapidamente em mobilidade elétrica, governos também podem auxiliar promovendo incentivos fiscais para que o setor se desenvolva e que os carros elétricos sejam mais baratos e acessíveis à população. “Afinal, esse subsídio de imposto será retornado com mais qualidade de vida dos cidadãos e maior eficiência econômica das regiões que tiverem uma boa estrutura para receber veículos elétricos”.

Outro exemplo citado pelo representante da NeoCharge está na China, local em que já há alta circulação de veículos elétricos, não apenas de forma privada, mas no transporte público também.

Enquanto isso, aqui, a cidade de São Paulo já implementou uma lei que determina que toda construtora deve planejar seus prédios com pontos de recarga disponíveis para automóveis elétricos. “Se o futuro será elétrico, faz todo sentido os condomínios estarem prontos para receber esses veículos”.

O especialista da NeoCharge defende que diversas políticas públicas podem ser aplicadas para estimular o crescimento da mobilidade elétrica em todos os níveis do Poder (federal, estadual e municipal). Os incentivos podem ter como foco a produção, beneficiando fabricantes de produtos relacionados a veículos elétricos; ou a demanda, com ações voltadas aos consumidores.

MRV entrega prédios com carro elétrico compartilhado

Para as empresas do setor, o governo é capaz de oferecer estímulos como subsídios e isenções fiscais para fomentar a fabricação de automóveis ou acessórios, além de estabelecer metas de produção.

Já aos compradores de veículos elétricos, algumas possíveis vantagens são taxas reduzidas no momento da compra, isenção ou desconto em tributos (como o IPVA), dispensa de cumprimento de rodízio (considerando também que os carros elétricos são menos poluentes) ou até mesmo a permissão para circular em áreas restritas, como as faixas de ônibus.

Para Martins, os incentivos governamentais no Brasil ainda são tímidos. Como exemplos, ele cita alguns estados que dispõem de benefícios fiscais como isenção ou redução de impostos. Em outras frentes, algumas cidades brasileiras já adotaram o livre acesso a corredores de ônibus e permitiram a isenção de rodízio, como é o caso da cidade de São Paulo.

“Os carros elétricos são fundamentais para o cumprimento das metas de redução de emissão de carbono conforme determinação do Acordo de Paris (COP21). É comprovado que um veículo elétrico reduz pelo menos 30% de emissão em uma matriz de alto carbono e 70% em uma matriz de baixo carbono”, conclui Martins.