Produtividade máxima no Sul Goiano

Texto e Fotos: Rodrigo Conceição Santos – 9 de dezembro de 2014

Com escavadeira de 48 toneladas, Tarcal amplia extração de areia mineral em Piracanjuba (GO); e já planeja a aquisição de equipamentos de britagem para novas fases da mineração

Abertura (640x428)Na maioria dos estados, a extração de areia natural em rios está limitada. Em Goiás também e as restrições são decorrentes da condição climática: com menos chuvas, gera-se menos areia. As exigências ambientais a respeito da prática também aumentaram, tornando o processo mais caro e complicado e formatando um cenário no qual as empresas extratoras precisam buscar alternativas para manter o volume de atendimento ao mercado da construção civil.

É o que fez a Tarcal (Transportes e Materiais para Construção). Com produção diária de 800 m³, ela está entre as maiores fornecedoras de areia de Goiás, extraindo toda a matéria prima de uma mina, em processo de cava. Com isso, além de dirimir a dependência dos rios e do clima, ampliou o nível de controle sobre a produtividade, passando a usar equipamentos mais modernos e parrudos na produção, como uma escavadeira de 48 toneladas (R480LC-9S), da BMC-Hyundai.

Tradição de família
A Tarcal é dirigida por Carlos Diniz e Rodrigo Diniz (pai e filho), e tem o direito de minerar numa fazenda na cidade de Piracanjuba, há 70 km de Goiânia. “Essa informação é importante, pois mostra que a extração está próxima ao centro urbano, onde a maioria dos clientes está concentrada”, diz Carlos Diniz. Isso, segundo ele, otimiza a logística, permitindo maior controle de custos e operação sobre a frota de caminhões. “Quando extraíamos de rios, era a natureza quem indicava a nossa logística, e percorríamos distâncias variadas, mas geralmente maiores do que a atual”, compara.

São 20 caminhões basculantes na frota da Tarcal, todos 8×4 e com caçamba de 12 m³. Há também alguns rodotrens e carretas de 27 e 35 toneladas, que realizam o transporte da areia tratada para o pátio da Tarcal em Goiânia, ou para entrega direta ao cliente final. Já a frota de basculantes opera na mina, transportando o material de cava para o tratamento. “Ou seja, os basculantes atendem a produção da escavadeira BMC-Hyundai”, resumo Rodrigo.

A mina da Tarcal é composta por areia desagregada na maioria da cava. Mas também contém material rochoso nos níveis mais profundos, o que exigirá um processo de britagem conforme a escavação avance. Hoje, porém, praticamente todo o material encontrado já está desagregado, ou desagrega com a ação da concha da escavadeira. “O equipamento é parrudo e por isso tem nos atendido perfeitamente na operação. No começo, usávamos uma escavadeira de 24 toneladas, mas ela se mostrou insuficiente para alcançar as profundidades que desejávamos escavar nas bancadas e também para vencer eventuais rochas encontradas durante a escavação”, explica Carlos Diniz.

Equipamentos adequados
Segundo o executivo, a compra da escavadeira de 48 toneladas foi previamente estudada e a escolha se deu pelo custo-benefício, com valor de aquisição menor do que o aplicado por marcas concorrentes, além de qualidade de ponta. “O equipamento é todo preparado para a nossa necessidade, com caçamba especial, de 2,43 m³ e equipada com aço especial, propício para o trabalho em rochas”, diz. “Os dentes também são especiais para atuação em rocha e a nossa escavadeira tem braço e lança mais curtos, com 6,5 e 2,4 metros, respectivamente”, completa.

Carlos Diniz, fundador da Tarcal
Carlos Diniz, fundador da Tarcal

Para Carlos Diniz – cuja formação é engenharia civil, mas os 28 anos de trabalho com a Tarcal lhe conferiu bom conhecimento sobre equipamentos – as avaliações de medidas da lança, braço e caçamba foram importantes para a obtenção da força máxima do equipamento em campo. “Afinal, sabíamos que a escavadeira da BMC-Hyundai tem um corpo forte, mas, também sabíamos que, dependendo do que se especifica para o elemento estrutural, pode-se perder a produtividade do equipamento”, diz.

Em Goiânia e região, a Tarcal atende diversos tipos de clientes, desde depósitos de material de construção até as grandes construtoras de obras de infraestrutura e shopping centers. Por isso, mantém uma produção refinada, com qualidade padrão para assegurar a reputação que conquistou na região. “Somos uma empresa fim-a-fim no setor de areia. Ou seja, não temos intermediário: nós extraímos, lavramos e vendemos a areia ao cliente final”, explica Carlos Diniz.

Rodrigo Diniz: continuidade dos negócios com competência garantida.
Rodrigo Diniz: continuidade dos negócios com competência garantida.

Rodrigo Diniz detalha que a Tarcal vende areias fina, média e grossa (abaixo de 1,5 mm; de 1,5 a 2,4 mm e acima de 2,4 mm, respectivamente), e a qualidade do material é assegurada desde a mina, onde o tratamento começa com a lavagem bruta. “Em seguida, fazemos o peneiramento da areia mais grossa. O material segue então para uma bomba, que o direciona para a caixa de recepção. De lá, é bombeado novamente, desta vez para os hidrociclones”, diz.

São três hidrociclones na mina da Tarcal e eles separam o rejeito (argila) da areia. O rejeito segue então para o tanque de decantação e a areia passa pela peneira desaguadora. A areia peneirada é despejada na correia transportadora e em seguida para as pilhas, sinalizando que está pronta para a entrega ao cliente final. A areia que não passou pela peneira, volta para um novo ciclo de tratamento, seguindo todas as etapas descritas.

Aquisição de britadores
Contentes com a produção de areia de mina, Carlos e Rodrigo Diniz traçam novos avanços para a empresa. O primeiro deles é a procura por uma nova mina, algo que deve ser concretizado até o ano que vem e que não descarta a utilização de nova escavadeira da BMC-Hyundai. Outra evolução deverá ocorrer na mina atual, com a cominuição de rochas. “Avaliamos que 80% da nossa área é composta por areia desagregada e nesse caso a operação está perfeita. Mas os 20% restantes é composto por rochas, que não podem ser desagregadas pela concha da escavadeira. Nesse caso, precisaremos de uma planta de britagem e já começamos a orçar e especificar britadores e moinhos para essa atividade”, revela.

Marcos Daniel, representante da BMC-Hyundai que atende a Tarcal, conta que a venda da escavadeira de 48 toneladas foi um marco para ele e sua equipe no que tange confiança e diferencial tecnológico. Afinal, ela ocorreu após vários meses de visitas e apresentações do equipamento que, como revelou Carlos Diniz, foi devidamente comparado e apresentou benefícios. “Sabia que a Hyundai, pela atuação mundial, não colocaria uma máquina que não fosse boa no mercado. E essa boa reputação, no meu caso, veio do mercado automobilístico, com uma Tucson que tive e com a qual fiquei por sete anos, sem nunca tê-la levado à oficina”, conclui.