Geração eólica fecha o ano com investimentos de R$ 7 bilhões

Da Redação – 16.11.205 – 

Valor seria resultado dos 1,2 GW contratados nesse ano, soma atingida com o segundo leilão de reserva realizado na semana passada. Total de geração seria inferior à média anual de 2,3 GW atingida recentemente. Gargalo na transmissão foi o principal problema.

Com o segundo leilão de reserva realizado na semana passada, a geração eólica deve somar 1,2 GW em 2015, um total inferior à média de 2 GW dos períodos mais recentes. Mesmo assim, os investimentos devem ser de R$ 7 bilhões, afora a criação de mais de 17 mil empresas e a possibilidade de abastecer cerca de 2,5 milhões de residências. Ambientalmente, a geração desse ano deixa de gerar 2,6 milhões de CO2, em função de ser uma matriz limpa. A energia eólica apresentou 20 projetos localizados na região Nordeste, com destaque para o estado da Bahia (493 MW) que representando 90% do total.

“Em termos absolutos, a média de contratação de 2015 está inferior à média da indústria, entretanto, em termos relativos, a média anual se manteve, o leilão A-5 é uma importante variável de ajuste.” comenta Elbia Gannoum, presidente Executiva da ABEEólica. Segundo ela, deve ser lembrado ainda que a fonte eólica não foi inserida para participar em nenhum leilão do tipo A-5 em 2015. Isso só vai acontecer no ano que vem, no leilão previsto para 5 de fevereiro.

Na negociação da semana passada foram contratados 548,2 MW de energia eólica, ao preço médio de R$ 203,46/MWh, representando um deságio de 4,5%, considerado baixo em relação à outra fonte leiloada – solar – cujo desafio foi de 22%. Na avaliação da ABEEólica, o “deságio baixo confirma a trajetória crescente de custos da indústria, associada aos custos de equipamentos, custos de financiamento e aumento da percepção de risco da economia”.

Para a entidade, a participação eólica ficou abaixo do esperado e a principal razão seria o gargalo de conexão entre as fontes geradoras e o sistema de transmissão. “Com 90% dos projetos vencedores localizados na Bahia, observa-se, sem nenhuma dificuldade, o gargalo das linhas de transmissão e, portanto a escassez de margens de escoamento”, avalia a ABEEólica. No Rio Grande Norte, por exemplo, com apenas 1 parque comercializado, haviam mais de 4 GW de projetos cadastrados, contra uma reserva de escoamento de 590 MW.

“Apesar da expectativa desfavorável do ponto de vista da economia junto à escassez da conexão, a indústria eólica manteve as contratações nos leilões, ainda que de maneira moderada”, explica Elbia. A executiva lembra a contratação da geração eólica vai representar a fabricação de 274 aerogeradores, sendo 822 pás e 274 torres, que irão produzir energia a partir de primeiro de novembro de 2018.