Corte dos patinetes elétricos mostra que não existem soluções mágicas para mobilidade

Redação – 24.01.2020 –

Principal problema é a falta de planejamento a longo prazo explica especialista

Para , empresa especializada em planejamento urbano, o corte de patinetes urbanos por parte da empresa que oferecia o serviço tem explicação. “Não existem soluções mágicas para o problema da mobilidade, mas com certeza, o planejamento a longo prazo poderia fazer muita diferença”, afirma. Segundo ele, cidades grandes como São Paulo enfrentam problemas do crescimento demográfico e de ruas que não comportam mais o volume de veículos.

Para piorar, Almeida lembra que muitos corredores de ônibus foram implantados nos últimos anos sem estudos que abalizassem sua viabilidade. As instalações “melhoraram o tempo médio dispendido em viagens coletivas, mas de outro, sufocaram o transporte individual ao longo destas vias e degradaram a paisagem urbana”, avalia. Um problema similar acontece com as ciclovias: estão deterioradas e não conseguem oferecer segurança. “E, assim, vão-se realizando obras pontuais, sem estudos prévios aprofundados e eficazes.”

Para o especialista a melhor solução para cidades com forte adensamento urbano e recursos financeiros é o metrô, justamente por ser rápido, seguro e eficiente. “O problema é que é caro e leva anos para ser construído. Dependendo do tamanho e complexidade, o quilômetro construído pode custar milhares de dólares”, detalha.

De acordo com Almeida, os corredores de ônibus são mais viáveis, mais rápidos para ser implementados e com menor custo (cerca de US$ 10 milhões por quilômetro, em média), mas precisam ser suficientemente eficazes e confortáveis para estimular os proprietários de automóveis a deixarem estes na garagem e optarem pelo coletivo.

Ele cita ainda o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que enfrenta dificuldades de implantação por causa dos custos, mas que têm apresentado bons resultados para deslocamentos curtos.