Artigo: O papel dos ISPs para a democratização do Wi-Fi

Alexandre Nogueira* – 11.01.2022 – Os provedores locais são responsáveis por 60% das conexões residenciais de mais de 134 milhões de usuários

No Brasil, país dominado por grandes empresas de telecomunicações, observamos uma tendência interessante: os provedores locais são responsáveis por 60% das conexões residenciais de mais de 134 milhões de usuários. Os dados são da Anatel e destacam a importância destes empreendedores em garantir a democratização do acesso ao Wi-Fi. Em 2020, ano em que a pandemia da covid-19 nos acometeu, o movimento foi ainda mais notório.

A Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações) divulgou que, em 2020, a demanda por provedores locais cresceu impressionantes 47% com a adesão de empresas e escolas ao home-office e EaD. Confinadas em suas casas na maior parte do tempo, as pessoas se depararam com uma nova realidade ao enfrentarem problemas de conexão para realizar suas atividades diárias. Desta forma, os serviços de internet residencial, antes em segundo plano, se mostraram mandatórios para uma inclusão ativa na sociedade. E a preferência por provedores locais e autônomos para disponibilizar esses serviços é impulsionada por fatores como preços mais acessíveis, atendimento personalizado e até mesmo disposição demográfica.

Quando falamos sobre a democratização do Wi-Fi, é necessário que olhemos para as áreas de maior vulnerabilidade social do país, principalmente fora do eixo Sul-Sudeste. Ao irem contra a negligência de grandes operadoras que não atuam nestes locais, são os pequenos provedores que desempenham o papel de atender essas regiões e de proporcionar acesso à internet para parcelas das classes C e D. E de forma simbólica, é como se proporcionassem também o acesso à informação, trabalho, cultura e entretenimento.

Estamos caminhando a passos largos para uma vida cada vez mais conectada, com casas inteligentes e a chegada do Wi-Fi 6 e 5G, tecnologias que nos proporcionarão recursos nunca vistos antes. Em parceria com empresas do segmento, os provedores locais chegaram para nos auxiliar nesta missão. Em termos tecnológicos, um futuro interligado nos aguarda, e são estes profissionais que ajudam e ajudarão a nos conectar como sociedade, sem barreiras.

*Alexandre Nogueira é gerente Executivo de Vendas da Mercusys.