Mulheres em telecom: Altarede capacita e emprega técnicas

Redação – 09.03.2022 – Provedor de Internet trabalha há mais de um ano para mudar cultura e aumentar diversidade entre equipes, dando mais espaço para participação feminina 

Karen Iezze estava acostumada a trabalhar em funções de escritório, já tendo experiência até no Detran-RJ, mas foi com a sugestão de uma amiga que ela decidiu tentar uma vaga de emprego no setor de telecomunicações. A oportunidade era para técnica de telecom e Karen achou que seria difícil por ter de subir em postes e carregar uma escada, mas ela também sabia que não existe “serviço para homem” e que as mulheres podem cumprir a função muito bem. 

Foi dessa forma que Karen foi uma das primeiras mulheres a entrar na Altarede Fiber como uma técnica de telecomunicações. A contratação é parte de uma mudança cultural que o provedor de Internet passa há mais de um ano para aumentar a diversidade entre seus colaboradores e vem dando certo. Hoje, é possível dizer que o serviço das mulheres chega a ser mais satisfatório aos clientes do que os de homens. 

Segundo Karen, que atua em Nova Friburgo (RJ), ela sente que as mulheres são mais cuidadosas tanto no atendimento ao cliente quanto nos procedimentos. Também há a questão de organização, o que garante um ganho de tempo. 

O que não impede que elas sofram os efeitos do machismo no dia a dia. “Às vezes, quando atendo um homem, eu sinto um machismo, como se eu não fosse capaz de fazer o serviço”, comenta Karen. Ao atender mulheres, ela se sente mais confortável. 

A técnica de telecom também aponta outros desafios da profissão, como a experiência de subir em postes. “Houve uma capacitação, mas nós aprendemos mais no dia a dia da rua mesmo.” Apesar de um receio inicial, ela afirma que é uma profissão segura e uma oportunidade para as mulheres buscarem novas áreas de atuação. 

Empresa quer aumentar equipe feminina 

A ideia de contratar mulheres para as vagas de técnicas em telecom surgiu de Rander Brum, gerente de Operações da Altarede Fiber. Trabalhando há 13 anos na área, ele nunca tinha visto mulheres trabalhando nessa função e decidiu capacitar e contratar ao menos duas mulheres há mais de um ano. Acabou contratando três e hoje conta com uma equipe de nove mulheres, que atuam na região serrana e dos lagos no estado do Rio de Janeiro. 

O número ainda pequeno frente ao total de 70 técnicos da Altarede, mas o gerente quer aumentar a participação feminina. Ele afirma que hoje a empresa busca por perfis de pessoas – quem é capaz de executar por conta própria e não espera ordens – e não por gênero. O físico não é regra, só é necessário ter disposição para carregar os equipamentos e a escada, quando necessário. 

Adaptação foi difícil 

A mudança de cultura na Alterede Fiber não foi tão simples. Existia machismo da equipe masculina, que não acreditava na capacidade das mulheres em atuar nessa função de telecom, mas é algo que mudou, segundo Brum. Além disso, houve problemas com as esposas dos técnicos, que sentiam ciúmes de seus maridos trabalhando com mulheres. 

“Isso tudo levou tempo para ser resolvido e hoje está mais tranquilo”, afirma o gerente. Para ele, as técnicas da Altarede precisaram tanto do apoio da própria operadora quanto de sua família para superar o preconceito e hoje já apresentam resultados até melhores que os homens. Obviamente, Brum garante que não há diferenciação salarial entre os gêneros. 

A Altarede Fiber é o provedor de Internet do Grupo Altarede, com operação nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.