PCHs e CGHs serão responsáveis pela geração de 42% de energia adquirida em leilão

Redação – 07.06.2022 – Em nota, o MME informou que, para uma matriz elétrica mais equilibrada é preciso investir em fontes com geração de energia mais firme, como as das centrais hidrelétricas e as da biomassa 

A aquisição de 107 megawatts (MW) de energia gerada por 14 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e quatro Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) no leilão A-4, na última semana (27/05), representa 42,6% do total de 251 MW-m de energia adquirida entre todas as fontes. 

O certame – realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CEE) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para atendimento das distribuidoras no mercado regulado – resultou na negociação de 251,50 MW-médios (MW-m) de energia a um preço médio de 258,16 R$/MWh. As PCHs e CGHs tiveram a sua geração vendida a patamares superiores a 280 R$/MWh. 

Ao todo, neste leilão foram ofertados mais de 75 gigawatts (GW) por 1.894 empreendimentos das fontes eólica, solar, PCH, CGHs e térmicas a biomassa. Destes, 29 projetos levaram contrato, sendo 18 PCHs e CGHs, quatro usinas eólicas, cinco usinas solares e duas termelétricas a biomassa – somando investimentos da ordem de R$ 7 bilhões. 

Desvantagem de energia eólica e solar

A presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Alessandra Torres, explica que a principal razão para a contratação de PCHs nesse leilão é o consumidor. Isso porque, segundo ela, a intermitência do sol e do vento, que não possibilitam a geração de energia 24 horas por dia, reduz a produção e encarece o preço final.  

“A intermitência destas fontes só pode ser compensada por baterias – ainda insuficientes, caras e poluentes – geração térmica fóssil ou hidráulicas, com ou sem reservatórios. Além disso, em tempos de descarbonização da matriz, não faz sentido complementar fonte intermitente com termoelétricas fósseis”, destaca Alessandra. 

O suprimento de energia deverá começar em até quatro anos após a realização da disputa. Neste caso, os empreendimentos deverão dar início à operação comercial até 1º de janeiro de 2026. O edital prevê o prazo de contrato de 20 anos para as hidrelétricas e térmicas a biomassa e de 15 anos para as eólicas e solares. 

Em nota, o Ministério de Minas e Energia (MME) informou que a diversificação da matriz elétrica brasileira, com a contratação de várias fontes de geração, é fundamental para a segurança do sistema elétrico. O MME destaca que as fontes solar e eólica são mais baratas e por isso tem sido as mais contratadas pelo mercado livre. No entanto, essas fontes são intermitentes e o sistema elétrico brasileiro não pode se expandir lastreado apenas em fontes dessa natureza. Por isso a preocupação com a contratação de outras fontes de energia, como a de PCHs.