Como ISPs podem atender as demandas da Indústria 4.0

Redação InfraDigital – 09.08.2022 – Executivo da Um Telecom conta como o provedor se estruturou para atender a indústria nesse momento de digitalização 

O mercado de maior potencial de crescimento para serviços adicionados de conectividade foi o tema do mais novo episódio do podcast Conexão InfraDigital. A indústria 4.0 agora ganha mais força com a chegada do 5G e se torna um mercado competitivo não só para as operadoras móveis, mas também para os provedores regionais. 

Para debater as oportunidades desse mercado, o quinto episódio do podcast ouviu Diego Rojas, gerente de soluções digitais da Um Telecom, um provedor que atende a região Nordeste do Brasil e conta com diversas iniciativas de indústria 4.0. Quem também participou da conversa foi Flavio Povoa, gerente de engenharia de sistemas da HPE Aruba, que destacou as necessidades do setor de manufatura e como os ISPs podem atendê-las. Confira. 

Como os provedores podem participar da indústria 4.0? 

Diego Rojas: Com a conectividade. Nós trabalhamos junto com a indústria 4.0 na expansão dos serviços de conectividade para dentro das redes locais, por dentro dos ambientes corporativos, fazendo a interligação da TO (tecnologia operacional utilizadas pelas máquinas de produção) com a TI. Fazemos a convergência de serviços conectando essa infraestrutura através do Wi-Fi e de switches, além de equipamentos e soluções de SD-WAN para garantir disponibilidade nesse ambiente. É uma expertise do operador regional trabalhar com conectividade, então nada mais do que ampliar esse leque aí para dentro das operações é da indústria. 

Eu queria que você falasse um pouco sobre a oferta de serviços adicionados para indústria 4.0. O que você vê além da conectividade e da integração dos dispositivos? Análise de dados é uma opção? 

Diego Rojas: Para o conceito da indústria 4.0 funcionas, a gente tem os dispositivos, a Inteligência Artificial e as aplicações, e onde essas informações vão ser processadas e armazenadas. Então essa sinergia com relação à conectividade, eu vejo na infraestrutura de nuvem como sendo o principal alavancador de novos negócios para os operadores regionais. Primeiro porque a gente consegue fazer com nossos data centers, garantindo baixa latência, alta disponibilidade e boa capacidade de processamento. Diferente do que as nuvens públicas oferecem que estão distantes. 

Agora, associado a isso, temos a parte de segurança. Então, imagina termos uma infraestrutura de conectividade e de nuvem absorvendo uma série de dados específicos de dispositivos de TI e esse ambiente não tem segurança. É segurança ali desde a ponta, desde o device até a segurança dessa nuvem. 

Quais são as preocupações que você destacaria para o provedor regional na oferta de serviço para indústria 4.0? 

Flavio Povoa: Existe um desafio bastante importante no fornecimento dessa infraestrutura para as indústrias, não só os links que vão interconectar as diversas plantas industriais e os escritórios, mas também a infraestrutura de TI e de TO dentro das fábricas. E aí tem uma questão muito importante: selecionar a tecnologia adequada para cada caso de uso dentro desses ambientes. Muitos desses dispositivos não têm segurança embarcada e não foram pensados em como autenticar um dispositivo como esse. Eles têm se tornado vetores de ataque à rede. 

E uma outra preocupação ainda do ponto de vista técnico é em relação ao legado. As indústrias estão pensando em expandir suas operações para contemplar vários outros dispositivos, tanto para conexão de máquinas quanto para monitoramento operacional e segurança dos funcionários. Mas tem uma série de dispositivos antigos legados que precisam também ser conectados e também precisam ser protegidos do ponto de vista de segurança. Então existe uma oportunidade também em como conectar esses dispositivos. 

Quais são as soluções que você enxerga como mais promissoras nessa área perfeito? 

Flavio Povoa: É importante pensar nessa estratégia de indústria 4.0 não em termos de uma tecnologia específica, mas como integrar essas tecnologias dentro desse do processo de produção. Existem algumas tecnologias que são alguns desses pilares. Os dados são o grande motor dessa transformação digital dentro das indústrias e esses dados vêm dos dispositivos. Onde e como processar esses dados para que eles sejam efetivamente úteis para o negócio? E aí entra um ponto importante que o Diego comentou que é a questão do cloud computing. 

Um provedor de serviços de conectividade consegue prover análise de dados para a indústria 4.0? 

Diego Rojas: Sim. A Um Telecom hoje já não é um operador regional com foco só em conectividade. Nós temos aí três pilares: conectividade, cibersegurança, cloud e data center. Trabalhamos dentro desses conceitos para garantir processamento e análise de dados. Por exemplo, há uma câmera com capacidade de processamento para identificar um determinado comportamento, que foi aprendido via machine learning para tomar uma decisão que não depende da ação humana. Nosso serviço consegue entregar essa infraestrutura para que a câmera com analítico funcione corretamente.  

Que ajustes são necessários para que o provedor regional possa entregar serviços como esse? 

Diego Rojas: A primeira lição é a estratégia. Ele precisa apoiar e estar junto nesse crescimento da indústria 4.0. A capacitação também é importante, é necessário que a gente tenha dentro de casa times e capacidade para realizar a implantação, a operação e a gestão dessa infraestrutura. Não adianta ter equipamentos e soluções maravilhosas se a gente não tem gente capacitada para operar de forma adequada. Terceiro, a gente precisa ter parceiros e fabricantes que nos ajudem nessa jornada e que também estejam capacitados. Do ponto de vista infraestrutura, talvez seja é o ponto mais crítico. Precisamos adequar a nossa infraestrutura para atender esse volume de dados. 

No episódio, os dois convidados deram ainda mais detalhes sobre as iniciativas digitais das indústrias e como melhor atendê-las. Confira: