Sistema utilizado em Congonhas pode evitar acidentes em pousos de aviões

Redação – 14.10.2022 – EMAS poderia ter evitado acidente no último domingo, mas avião acabou não atingindo perímetro de segurança 

O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, conta com o Sistema de Desaceleração com Materiais Projetados (EMAS, na sigla em inglês), utilizado para reduzir a velocidade de aeronaves no momento do pouso. O sistema, no entanto, não foi utilizado no último domingo (9/10), quando um avião de pequeno porte – um Learjet 75 – saiu da pista e parou no limite do barranco na lateral da área de taxiamento. 

O Emas é uma tecnologia capaz de deformar o concreto para que o avião afunde quando encostar na pista, promovendo maior atrito e ajudando a desacelerá-lo sem risco de causar a quebra do trem de pouso. O conceito é o mesmo utilizado nas caixas de brita das pistas de Fórmula 1, que permitem maior frenagem. 

Na situação do acidente desta semana, Thiago Nykiel, diretor executivo da Infraway Engenharia, empresa especializada em infraestrutura, acredita que o sistema teria sido eficiente para conter o avião, disse ele ao portal Uol. Isso não aconteceu porque o avião não passou pelo Emas. Ele acabou saindo pela lateral da pista ao invés de seguir ao longo dela e parar no Emas. 

O sistema de desaceleração foi implementado apenas na pista principal de Congonhas, ao custo de R$ 122,5 milhões, segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). Cada cabeceira da pista possui um sistema desse, com dimensões de 64 metros x 47,4 metros em uma das extremidades e 72 metros por 47,4 metros na outra. 

Acidente interrompeu operações por nove horas 

O acidente com o Learjet 75 fechou a pista principal de Congonhas por quase nove horas no último domingo, entre 13h30 até cerca de 22h. A Infraero diz que o acidente teria acontecido após o estouro do pneu do trem de pouso traseiro. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa parte das companhias áreas, os prejuízos financeiros da parada ultrapassam “milhões de reais”. 

Fonte: Uol