Porto Ponta do Félix usa biofiltro composto por raízes para tratamento de esgoto

Redação – 22.11.2022 – Projeto da ETE utiliza processo de filtragem física em brita e areia, constituindo um biofiltro associado a plantas, que formam a zona de raízes 

O Porto Ponta do Félix, localizado em Antonina (PR), desenvolveu um projeto de tratamento de esgoto que está contribuindo para o meio ambiente e a proteção da baía da cidade, responsável por alavancar o turismo e a economia da cidade. 

Todo o esgoto doméstico gerado pelo terminal está sendo tratado por uma estação de tratamento de esgoto (ETE) com sistema de Zona de Raízes, que utiliza um processo de filtragem física em brita e areia, constituindo um biofiltro associado a plantas, que formam a zona de raízes. No Porto Ponta do Félix, foram instalados quatro pontos de tratamento de efluentes distribuídos nos prédios administrativos e refeitórios. 

As espécies usadas no sistema de raízes são da família Junco, um grupo de plantas semelhantes às gramíneas que crescem, em geral, nos alagadiços. Ao utilizar um processo natural, não há dependência de processos químicos. 

Na prática, o tratamento do esgoto passa por duas etapas: a fossa séptica e a estação de tratamento de zona de raízes. As plantas complementam o trabalho de filtrar o material e as raízes retiram elementos em excesso presentes no esgoto e que são contaminantes ao meio ambiente. 

Segundo o gerente de Infraestrutura Marítima e Meio Ambiente no Porto Ponta do Félix, Rhuan Antunes de Oliveira, as plantas fornecem oxigênio ao solo/substrato através de rizomas que possibilitam o desenvolvimento de uma população densa de microorganismos responsáveis pela remoção dos poluentes da água, ajudando a tratar o esgoto. 

“O resultado é um efluente com menos matéria orgânica e sólidos sedimentáveis, o que evita a contaminação do local onde será lançado. Toda a água tratada e limpa pela Zona de Raízes pode ser devolvida à natureza sem prejuízos, evitando assim a sobrecarga de nutrientes aos rios e baías da região”, reforça Juan. 

Vantagens e incentivo a iniciativa 

Além do baixo custo para a instalação e manutenção, as estações são autossustentáveis e não produzem lodo, o que muitas vezes provoca o mau cheiro. Elas também ocupam um pequeno espaço e podem ser integradas ao ambiente. A iniciativa vem sendo usada no Brasil com mais frequência desde a década de 1990 e pode atender pequenas comunidades, escolas e até residências.