A mobilidade como serviço (MaaS) é massa!

Rodrigo Conceição Santos – 08.12.2022 – 

Um estudo da Juniper Research revelou que mobilidade como serviço (MaaS, na sigla em inglês) deve fechar 2022 gerando receita de US$ 20 bilhões. Para o futuro, a expectativa é que as plataformas de carona e outros serviços de mobilidade, incluindo aí o transporte público, cresçam ainda mais. Em 2027, o setor deve atingir US$ 92 bilhões (crescimento de 357% em cinco anos). 

Os custos otimizados e a conveniência dos serviços é que devem impulsionar o MaaS.

Essas plataformas são legais porque integram  transporte público convencional, como ônibus e metrô, com aplicativos de passageiros e até a locação de patinetes e bicicletas elétricas para minipercursos. E é justamente esse aspecto multimodal, junto com uma relação de cobrança facilitada, que torna o MaaS massa!

A a mobilidade como serviço também atrai investimentos em infraestrutura e a própria cidade de São Paulo é um exemplo, que tem investido na expansão de malha metroferroviária e tem sistemas de integração – já antigos, é verdade – com trens e ônibus. Mas São Paulo não tem serviço de assinatura para MaaS e talvez esteja aí a cereja do bolo.

É assinatura que falta

O relatório da Juniper Research prevê que, até 2027, 65% da receita global de MaaS será gerada por meio de assinaturas. Em outras palavras, é uma taxa mensal fixa, que o usuário paga para obter acesso a uma variedade de serviços de transporte.

Em Helsinque, na Finlândia, a população conhece bem o sistema e assina planos com preços mensais para uso de diferentes meios de transportes, incluindo bicicleta, metrô e até táxi. 

O estudo é taxativo na afirmação de que o modelo de cobrança continuará a ser crucial para promover a confiança do consumidor sobre o MaaS. 

MaaS para cidades inteligentes

Mais do que conectadas, as cidades do futuro precisarão adequar os níveis de emissões de gases de efeito estufa, além de prezar pela saúde de seus cidadãos. E para isso a mobilidade como serviço também é um atrativo. À media em que as populações urbanas crescem – e isso deve acontecer constantemente, pelo menos até 2050, segundo a ONU – a gestão da locomoção das pessoas fica mais crítica. 

Com serviços de mobilidade, é possível estimular os cidadãos a utilizarem modais diferentes, conforme a condição de trânsito ou mesmo por consciência ambiental. Pegar o carro para andar duas quadras, por exemplo, precisa ser mais caro do que alugar um patinete ou uma bicicleta pelo MaaS, não acha?

O relatório da Juniper Research acha. E mais: ele mostra que cabe às cidades adotarem uma abordagem holística da mobilidade urbana, integrando os serviços de mobilidade ao ecossistema de cidade inteligente.