Vendas de imóveis usados têm pequeno crescimento, mas mantém baixa em 2022

Redação – 02.02.2023 – Locação de imóveis, no entanto, mostra um crescimento de 1,55% ao longo do ano passado 

Novembro de 2022 apresentou um pequeno crescimento – de 1,26% – nas vendas de imóveis usados no estado de São Paulo na comparação com o mês anterior. Esse aumento, apurado por um levantamento feito com 800 imobiliárias pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP), foi o primeiro depois de duas quedas mensais seguidas, com isso o saldo do ano ainda está negativo: -0,61%. 

O aumento de vendas em novembro foi puxado por duas das quatro regiões que compõem a pesquisa, o Interior (4,35%) e o Litoral (10,92%). Na Capital, houve queda de 24,84%. Nas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco, a Grande São Paulo, a baixa foi de 13,41%.  

Em contrapartida, a locação de casas e apartamentos caiu 10,44% no mesmo período, o que não foi suficiente para negativar o saldo do ano desse segmento, que ainda apresenta crescimento frente a 2021 de 1,55%. Na locação, a queda foi generalizada: 1,58% na Capital; 11,44% no Interior; 9,93% no Litoral; e 18,5% na Grande São Paulo. 

Inflação impacta o mercado

Os números são reflexo da inflação, que segue impactando o mercado de imóveis. Os preços dos imóveis e dos aluguéis aumentaram acima da inflação entre dezembro de 2021 e novembro do ano passado. Segundos os valores apurados pelas pesquisas do CreciSP, o preço médio dos imóveis vendidos no Estado aumentou 10,12% nesses 12 meses, mais de quatro pontos percentuais acima da inflação de 5,9% medida pelo IPCA do IBGE – estava em R$ 485 mil em dezembro e passou a R$ 534,08 em novembro. Os aluguéis novos tiveram aumentos diferenciados, de acordo com a região onde se localizam os imóveis alugados. 

De acordo com o CreciSP, as vendas de imóveis usados e as locações residenciais passam por “um caldeirão de pressões”. A elevação da taxa Selic, a baixa remuneração e a perda do poder aquisitivo do brasileiro impactam diretamente esse mercado. Além disso, há um déficit de 1,2 milhão de moradias no estado, o que faz com que a demanda seja maior que a oferta e favoreça o alto custo tanto para a venda quanto para a locação. 

Mais vendidos 

Os imóveis mais vendidos em novembro no Estado foram os de preços médios até R$ 400 mil, somando 64,39% das negociações formalizadas nas 800 imobiliárias das 37 cidades pesquisadas. O metro quadrado médio de 62,91% desses imóveis ficou em até R$ 5 mil. 

Os compradores preferiram os apartamentos (66,83%) às casas (33,17%) e conseguiram adquirir esses imóveis com descontos médios sobre os preços originalmente fixados de 4,33% para os situados em bairros de regiões nobres, de 7,86% para os de bairros centrais e de 7,45% para os de periferia. 

Foram financiadas por bancos 53,66% das residências vendidas no mês, 42,93% foram pagas à vista e 2,93% tiveram o valor parcelado pelos proprietários. A participação dos consórcios foi de apenas 0,49%.  

Além disso, casas e apartamentos situados em bairros das regiões centrais foram os mais vendidos no Interior (65,82% do total), no Litoral (79,15%) e no Grande ABC (72,04%). 

Aluguéis de até R$ 1,2 mil e opção por bairro central 

Aluguéis de até R$ 1.200,00 mensais representaram 52,32% do total de novas locações contratadas nas 800 imobiliárias nas 37 cidades pesquisadas em novembro no Estado, com a maioria dos novos inquilinos preferindo as casas (53,55%) aos apartamentos (46,45%). A maioria desses imóveis está localizada em bairros centrais (71,93%). 

Os descontos concedidos sobre os preços anunciados foram em média de 6,57% para imóveis de bairros nobres, de 8,49% para os de bairros centrais e de 7,67% para os de bairros de periferia.