Investimento da mineradora CBMM em tecnologia aumentou 30% em 2022

Redação – 31.03.2023 – Companhia segue seus planos de ampliação e desenvolvimento de novas aplicações, principalmente batereias, que utilizam o nióbio 
Nova planta de óxidos CBMM (foto: divulgação CBMM).

A CBMM, mineradora de nióbio, aumentou em 30% o investimento no seu Programa de Tecnologia em 2022, somando R$ 260 milhões. Esse montante foi utilizado para desenvolver processos e produtos que utilizam o nióbio, inserindo o minério em setores da construção, infraestrutura e mobilidade, principalmente em baterias. 

Para 2023, a expectativa da empresa é expandir para R$ 340 milhões, sendo que, apenas para a frente de baterias de íons de lítio, R$ 94 milhões devem ser destinados. Em 2022. a CBMM destinou um total de R$ 72 milhões para essa área, valor 30% superior ao realizado em 2021. 

A mineradora trabalha para ter 25% de sua receita proveniente de novos segmentos, mantendo o mercado siderúrgico como seu core business. A companhia anunciou, em 2022, o investimento de US$ 80 milhões na expansão de toda a sua linha de produção de óxido de Nióbio visando o mercado de baterias, que incluirá a construção de uma nova planta em seu complexo industrial em Araxá (MG). 

A nova planta, que tem expectativa de entrar em operação em 2024, terá capacidade produtiva de 3 mil toneladas de óxido de Nióbio para baterias, para aplicações em tecnologias de carregamento ultrarrápido e seguro, de alta potência e maior vida útil. 

Motivação da empresa é estimular mercado 

Com capacidade produtiva de 150 mil toneladas de produtos de nióbio por ano, nível superior à atual demanda do mercado global, a CBMM mantém a estratégia de antecipar suas jornadas de crescimento e impulsionar inovações com o minério. 

Na frente de Novos Negócios, a empresa segue buscando startups e empresas que possuem projetos avançados e que contribuam com a aceleração da adoção do nióbio pelo mercado. Nos últimos 4 anos foram realizados investimentos em empresas como a inglesa Echion e a norte-americana Battery Streak, voltadas para baterias de íons de lítio com nióbio. 

Neutralidade de Carbono   

Além de desenvolver, produzir e comercializar produtos de nióbio, que estão totalmente conectados com a agenda global de sustentabilidade contribuindo com soluções e materiais mais resistentes e com menor pegada de carbono, a CBMM estabeleceu ações internas para apoiar sua aspiração de zerar emissões de carbono em seu complexo industrial em Araxá até 2040. 

A companhia já possui ações consolidadas que serão ampliadas nos próximos anos. Atualmente, 100% da energia elétrica consumida pela CBMM é proveniente de fontes renováveis e, considerando a aquisição de Certificados de Energia Renovável (RECs), a emissão de gases de efeito estufa relacionada já é zero. 

Em relação a emissão direta de CO2, o número atual da Companhia é de 0.6t de CO2 por tonelada de ferronióbio produzido, o dado foi publicado em 2021 pelo Programa Brasileiro GHG Protocol e auditado por consultoria independente. 

Além da redução de emissões de carbono, o plano de sustentabilidade prevê a manutenção do impacto positivo de conservação de fauna e flora do bioma do Cerrado, por meio do Centro de Desenvolvimento Ambiental da CBMM, também localizado em Araxá. Desde sua fundação, em 1986, já passaram pelo criadouro conservacionista mais de 2.400 animais, muitos deles ameaçados de extinção. 

Realizações em 2022 

Apesar do impacto dos conflitos geopolíticos no mercado global e do cenário de lockdown na China, para conter o avanço da pandemia de covid-19, a mineradora manteve a receita líquida de 2022 em R$ 11 bilhões; o lucro líquido em R$ 4,5 bilhões; e o EBITDA em R$ 7,5 bilhões, em linha com o ano anterior. 

O volume de vendas total de produtos de nióbio teve aumento de 3,8%, totalizando 88 mil toneladas. A Ásia Pacífico manteve-se como principal mercado da CBMM, com cerca de 63% do volume de vendas, seguida de Europa, Oriente Médio e África, que representaram uma fatia de 21%, e Américas que absorveram 16% das vendas da empresa.