Cresce turnover no setor de energia em 2022

Redação – 03.08.2023 – Estudo constatou um índice médio de rotatividade de pessoal de 13,66% entre 2021 e 2022 

De acordo com levantamento da FESA Group, ecossistema de Recursos Humanos, a rotatividade de empregados no setor de energia foi de 13,66% entre 2021 e 2022, um aumento se comparado à análise anterior, de 2017 a 2020, que registrou 12,14%. O estudo observou que 60% das 24 participantes da pesquisa têm taxas acima de 15% ao ano, nível superior à média do setor, o que indica alta rotatividade. 

O segmento de Eficiência Energética lidera o ranking, com 24,95% – média dos últimos dois anos. Os setores de Comercialização e Consultoria de Mercado/ Gestão de Energia aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente, com 20,35% e 18,87%. 

A FESA diz que, no caso da Eficiência Energética, a alta demanda por profissionais especializados nesse campo tende a resultar em uma maior competição por talentos. Isso pode levar a uma rotatividade mais alta, à medida que os profissionais buscam oportunidades mais atrativas ou remuneração melhor. 

A avaliação é de que os segmentos Comercialização e Consultoria de Mercado/Gestão de Energia tem enfrentado um aumento de empresas novas e a expansão de algumas empresas existentes, e, em contrapartida, não há aumento de número de profissionais na mesma proporção.  

A pesquisa também revela aumento nos pedidos de demissão nos segmentos de Transmissão, Distribuição e Fornecedor/Fabricante de Equipamentos. Essa tendência é resultado de vários fatores, incluindo competição acirrada por profissionais qualificados devido à entrada de novas empresas transmissoras de energia, preferência por oportunidades próximas de casa e busca por qualidade de vida influenciada pela pandemia. 

De acordo com Débora Celeti, responsável pela pesquisa e sócia da FESA Group especialista nos setores de Energia, Indústria e Infraestrutura, o resultado indica que reter talentos é um desafio contínuo. “Para as empresas do setor de energia, é crucial enfrentar esse desafio, uma vez que a perda de profissionais qualificados pode ter impactos negativos nos negócios. Isso inclui a interrupção das operações, a perda de conhecimento especializado e o aumento dos custos de recrutamento e treinamento de novos colaboradores”, pondera a especialista. 

Diante dessa realidade, as empresas precisam adotar estratégias eficazes de retenção de talentos, como oferecer oportunidades de desenvolvimento profissional, benefícios competitivos, um ambiente de trabalho saudável e desafiador, além de reconhecimento e valorização dos funcionários. 

Novas posições 

Em contrapartida, a abertura de novas posições nos segmentos de Geração Distribuída e Eficiência Energética demonstram a expansão do setor, de acordo com a pesquisa elaborada pela FESA Group. Também houve crescimento de vagas especialmente na área Comercial e Novos Negócios com foco na transição energética. 

Débora Celeti comenta que a área de GD está em fase de amadurecimento de mercado e a tendência é manter o crescimento dos últimos anos mesmo com os desafios regulatórios enfrentados atualmente. Segundo a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), a potência instalada deve crescer 8GW em 2023. 

Especificamente, a área Comercial e de Novos Negócios apresentou um crescimento expressivo impulsionado pela transição energética e pela crescente demanda por soluções sustentáveis e eficientes. Na avaliação da especialista, essas oportunidades profissionais estão se concentrando em áreas como vendas diretas para consumidores livres, comercialização de outros produtos como gás e a construção de usinas termelétricas alimentadas a gás natural, entre outras.