Oferta de gás natural no Brasil deve crescer 34% até 2032

Redação – 28.09.2023 – Produção nacional e importação juntas vão saltar de 134 milhões de m³/dia projetados para este ano para 182 milhões de m³/dia em 10 anos 

Projeção da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) aponta que a oferta de gás natural na rede brasileira deve crescer 34% de 2023 a 2032. A alta será impulsionada por causa do aumento na disponibilidade de gás nacional, fruto de novos projetos que devem entrar em operação. A EPE considerou também a capacidade de importação por navios e o gás vindo da Bolívia. 

Segundo o órgão, a estimativa é que o total de gás injetado na malha de dutos nacional saia dos 134 milhões de m³/dia projetados para este ano para 182 milhões de m³/dia em 10 anos. Em 2022, a oferta de gás na rede ficou em 116 milhões de m³/dia, ou seja, um aumento já para 2023. 

O estudo indica que a demanda também deve acompanhar a oferta. A expectativa é que o consumo aumente em 26%. De acordo com a EPE, o país deve sair dos atuais 101 milhões de m³/dia de gás consumidos em 2022 para 126 milhões de m³/dia em 2032, ainda abaixo da oferta. 

Esse aumento seria puxado principalmente pelo aumento das demandas industrial, comercial e residencial. Também é projetado maior consumo de gás em termelétricas, em função de novas unidades que devem entrar em operação, e, em menor escala, aumento de consumo em fábricas de fertilizantes nitrogenados e refinarias. 

Produção local será destaque 

Embora considere tanto o gás importado como o produzido localmente, os dados da EPE afirmam que o maior salto na oferta de gás se dará por causa da produção nacional. O volume de gás brasileiro que entra na rede de gasodutos deve crescer dos atuais 49 milhões de m³/dia para 86 milhões de m³/dia no período. O motivo principal é a entrada de novos campos produtores de grande porte de 2027 a 2032.  

A infraestrutura de gás também deve ser ampliada com novas UPGNs (unidades de processamento de gás natural) e gasodutos previstos para entrar em operação na próxima década. O crescimento deve ser ainda mais expressivo na região Nordeste, que hoje concentra o maior número de novos fornecedores e, na média, pratica os preços de molécula mais competitivos do País. 

De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as distribuidoras e consumidores livres da região pagam, em média, R$ 76,2 por milhão de BTU. É 15,8% a menos que os valores pagos no Sudeste, e 17,9% a menos que no Sul/Centro-Oeste.