Para manter infraestrutura atual, Brasil precisa investir ao menos R$ 200 bi ao ano

Redação – 06.11.2023 – Informação é de Lima Jorge, que defende maior volume de investimentos no setor, que hoje só atende o mínimo 

O Brasil precisa investir 4% do PIB ao ano apenas para manter o status atual da infraestrutura no País, segundo Carlos Eduardo Jorge Lima, vice-presidente de Infraestrutura da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). O executivo participou do 15º ConstruBusiness – Congresso Brasileiro da Construção, realizado pela Fiesp na última semana. 

Considerando que o PIB de 2022 foi de R$ 9,9 trilhões, o valor seria, aproximadamente, R$ 200 bilhões. Segundo dados da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, apurados pelo jornal Valor Econômico, o Brasil deve investir R$ 204,6 bilhões neste ano, o que já seria uma alta nominal de 11,1% em comparação a 2022. 

Lima diz que, mesmo com o lançamento do novo PAC, que prevê R$ 1,7 trilhão de investimento nos próximos anos, e a expansão do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), há um longo caminho a percorrer para alcançar níveis adequados de investimento.  

“Acho que a gente pode afirmar, com total segurança hoje, que existe um consenso da importância da infraestrutura, o papel que ela exerce na economia e também sob o ponto de vista social do País. No entanto, a gente tem uma aplicação muito baixa ainda de investimentos na infraestrutura.” 

Ele citou que assim como a infraestrutura onde predominam as áreas de transporte, é importante olhar para a social. “Tão importante quanto é a infraestrutura social, essa envolvendo saneamento, educação, saúde, segurança, habitação, entre tantas outras que compõem a infraestrutura social do País.” 

Governo destaca investimentos 

Roberto Garibe, secretário Especial Adjunto de Articulação e Monitoramento do Ministério da Casa Civil, também participou do debate, representando o governo e abordou a importância do PAC. “Eu compreendo a necessidade vital do investimento, pois ele dá, podemos dizer, as fronteiras daquilo que nós podemos crescer”, pontuou Garibe.  

Garibe ressaltou que o investimento é uma variável caprichosa e que requer coordenação e pactuação política para se tornar efetivo. Ele enfatizou que a pactuação é uma prática fundamental para promover o investimento em infraestrutura e observou que desde os anos 80 o Brasil tem enfrentado uma tendência de queda nos investimentos. 

Além disso, Garibe destacou a importância de investir em infraestrutura social, como educação e saúde, e como esses setores podem contribuir para a reindustrialização do país e a transição ecológica. 

Felipe Borim, superintendente da Área de Infraestrutura do BNDES, compartilhou as diretrizes do banco de desenvolvimento no que diz respeito aos investimentos em infraestrutura. “O investimento em infraestrutura nos últimos 10 anos no País também caiu mais ou menos 20% em termos reais, o que é uma coisa assustadora, dada a necessidade de infraestrutura que a gente tem. Em 10 anos o investimento cair 20% é muito grave, então esse esforço de retomada é muito urgente”, destacou.  

Borim ressaltou o compromisso do BNDES em apoiar e viabilizar investimentos em infraestrutura, desde a estruturação de projetos até o fornecimento de financiamento para projetos importantes para o desenvolvimento do país.