Empresas precisam se responsabilizar pelo volume de plástico no lixo, diz promotor de Justiça

João Monteiro – 09.11.2023 – Loubet, do Ministério Público de MS, aponta que a indústria de bens de consumo precisam adotar mais políticas de logística reversa para diminuir o impacto de suas embalagens

Durante o 8º Congresso Brasileiro de Cimento (CBCi), realizado esta semana em São Paulo, Luciano Furtado Loubet, promotor de Justiça e diretor do Núcleo Ambiental do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), afirmou que a indústria de bens de consumo é responsável pelo volume de plástico nos aterros sanitários e lixões.

No debate sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU), ele diz que as indústrias não seguem os preceitos de não gerar lixo, reduzir o consumo, reutilizar, reciclar, aproveitar energia e, por fim, tratar dos resíduos. “A indústria em geral é a grande responsável por introduzir seus produtos e embalagens no mercado e, portanto, precisam lidar com a logística reversa”, afirmou o especialista.

O principal problema é que o plástico não tem sido utilizado para reciclagem e ido direto para aterros, por isso ele defende que as embalagens precisam ser melhor pensadas para os consumidores. Criar embalagens que são recicláveis e/ou reutilizáveis, sendo um último recurso o seu uso para geração de energia através da queima.

Loubet também comentou sobre o papel da indústria de cimento, que precisa se atentar para o resíduo que recebe para a cogeração. “Precisa encaminhar o resíduo capaz de ser reciclado para cooperativas de catadores e evitar de usar esse resíduo como cogeração”, destacando que isso é uma questão legal, inclusive.