Produção de energia solar cresce 52,4% em janeiro e abre oportunidades

Redação – 13.03.2024 – Brasil tem 425 fazendas solares, com potência semelhante à usina de Itaipu

As altas temperaturas, precipitações reduzidas e ausência de nebulosidade no início deste ano impulsionaram a produção de energia solar no Brasil, que encerrou janeiro com 2.945 megawatts médios, volume 52,4% maior na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

De acordo com a CCEE, a matriz energética do país conta hoje com 425 empreendimentos solares conectados ao Sistema Interligado Nacional – SIN, que juntos somam uma capacidade instalada de 12.167 megawatts, quase a potência da usina de Itaipu, uma das maiores do planeta.

A maior parte das fazendas solares está concentrada no Nordeste, em função da maior radiação solar na região, entretanto, Minas Gerais figura como o maior produtor, com quase 100 usinas e capacidade instalada de mais de 3,8 mil megawatts.

Mato Grosso, que não aparece como destaque, também já vem sentindo efeitos dessa tendência. A economia de sete cidades do estado está sendo impactada com a construção de 45 usinas fotovoltaicas de geração distribuída (GD). Alta Floresta, Matupá, Boa Esperança do Norte, Poconé (distrito de Cangas), Cuiabá (distrito de Nossa Senhora da Guia), Nova Ubiratã e Santo Antônio de Leverger estão contribuindo com 222 empregos diretos, e cerca de 5 mil indiretos.

Para a construção das 45 usinas, foram investidos R$ 250 milhões da Brasol, empresa investida da Siemens e BlackRock e consolidada no mercado de transição energética com projetos de geração de energia limpa. Ao lado da Brasol, estão os parceiros Grupo Oeste, que constrói as fazendas fotovoltaicas, e a Enersim, responsável pela gestão das cotas, por meio da geração compartilhada. Somadas, as 45 usinas terão geração de energia suficiente para abastecer cerca de 10 mil residências.

A Brasol diz que, além dos benefícios ao meio ambiente, também estão diretamente relacionados ao desenvolvimento econômico da região que está passando por essa transição. Segundo a Enersim, a construção e manutenção desses empreendimentos demandam mão de obra qualificada e serviços especializados, criando oportunidades de emprego em diversas áreas, desde a engenharia até a instalação e manutenção.

A prefeitura de Alta Floresta destacou que a chegada dos investimentos da usina fotovoltaica na cidade teve impacto positivo no setor de comércio, serviços e 29 empregos diretos. Além disso, lotam hotéis, movimentam lojas, postos de combustíveis e o setor de serviços.

Após a conclusão das usinas solares, a Enersim poderá multiplicar a quantidade de associados entre pessoas físicas e jurídicas que buscam a redução no valor da fatura de energia elétrica. Atualmente são cerca de 10 mil associados.