Coleta de esgoto sobe apenas 0,2 ponto percentual em um ano

Redação – 21.03.2024 – Tratamento da água subiu um pouco mais (1%) entre 2021 e 2022, segundo dados do Ranking de Saneamento do Trata Brasil, que também divulgou cidades melhor posicionadas

O Instituto Trata Brasil (ITB), em parceria com GO Associados, publicou a 16ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 municípios mais populosos do Brasil. Em 2022, a falta de acesso à água potável impactou quase 32 milhões de pessoas, enquanto cerca de 90 milhões de brasileiros não possuíam acesso à coleta de esgoto. Dessa forma, a coleta de esgoto subiu de 55,8% para 56% – aumento de 0,2 p.p. – e o tratamento foi de 51,2% para 52,2%, aumento de 1 p.p.

De acordo com os dados mais recentes, mais de 5,2 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente. Para produzir o ranqueamento, foram levados em consideração indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base de 2022, publicado pelo Ministério das Cidades.

O estudo também divulgou o ranking de cidades com os melhores sistemas de saneamento básico – e as piores também. O Ranking é composto pela análise de três “dimensões” distintas do saneamento básico de cada município: “Nível de Atendimento”, “Melhoria do Atendimento” e “Nível de Eficiência”.

Ranking do Saneamento

Nesta edição, Maringá (PR) foi a primeira colocada, seguida de São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP). Pela primeira vez na história do Ranking, três municípios alcançaram a pontuação máxima disponível e, consequentemente, a universalização do saneamento. São consideradas universalizadas as localidades que contam com 99% de sua população com acesso à água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto. O número foi estipulado pela Lei 14.026/2020, o “Novo Marco Legal do Saneamento Básico”.

Por isso, as três cidades ganharam nota máxima (10) em todos os oito indicadores contemplados nesta edição. Como critério de desempate, no entanto, considerou-se que o município com os maiores níveis de cobertura nos três indicadores da dimensão “Nível de Atendimento” (Indicador de Atendimento Total de Água, Indicador de Atendimento Total de Esgoto, e Indicador de Tratamento Total de Esgoto).

Chama a atenção a diferença de investimento entre as cidades. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), responsável pelo serviço em Maringá, que ficou com o primeiro lugar, investiu R$ 117,18 milhões entre 2018 e 2022, cerca de R$ 57,21 por habitante ao ano. O valor é menos da metade que a Semae, de São José do Rio Preto, investiu no mesmo período – R$ 324,61 milhões e R$ 135,14 por habitante ao ano.

Campinas foi ainda além e a Sanasa, estatal municipal de saneamento, investiu R$ 861,34 milhões em cinco anos, equivalente a R$ 151,24 por habitante ao ano. Lembrando que há uma diferença não só entre as populações, mas também aos estágios em que cada município estava até atingir a universalização do saneamento. Campinas, por exemplo, foi a quarta cidade que mais subiu posições entre o ranking de 2023 e o de 2024, passando 18 casas.

Melhores x piores

Dos 20 mais bem colocados no Ranking de 2024, percebe-se uma predominância de municípios das regiões Sudeste (12), Sul (5) e Centro-Oeste (3). Em relação ao Indicador de Atendimento Total de Água (ITA), o topo da tabela se mostra, em média, próximo da universalização.

Dos 20 piores municípios do Ranking de 2024, a distribuição pelas regiões do país foi maior: sete são da região Norte, seis da região Nordeste, cinco da região Sudeste, um da Centro-Oeste e um da Sul.