New Holland incorpora telemetria e georeferenciamento aos lançamentos de trator e escavadeiras

Por Rodrigo Conceição Santos (De Belo Horizonte – 08.05.2015)

A empresa do grupo italiano Fiat anunciou não só o lançamento do trator de esteiras D180C e das novas escavadeiras da série C, como também o incremento de tecnologias de telemetria e de georeferenciamento a eles.

20150223111647_7_E245CBR_005_06_E (800x533)A primeira solução engloba sistema aberto, baseado em protocolo de comunicação Can Bus. “Isso significa que a nossa tecnologia pode transmitir informações de equipamentos de qualquer marca, desde que, claro, a máquina esteja com o protocolo de comunicação da sua eletrônica embarcada aberto também”, diz Rafael Barbosa, especialista de produto da New Holland.

Segundo ele, o sistema consiste na implantação de modem de telefonia celular – no qual o plano de transmissão de dados é da própria New Holland – para enviar os dados operacionais de qualquer lugar do mundo. “São enviados dados de manutenção da máquina, como pressão e temperatura, fluxo hidráulico e falha prematura de componentes, e os parâmetros de operação, como ciclo de trabalho e consumo de combustível”, diz Barbosa. Ele frisa que a conta desse chip celular vai direto para a New Holland, que disponibiliza a informação pela internet para acesso tanto do cliente, quanto do distribuidor, como da própria fabricante”, explica.

Em operações ermas, onde não há sinal de celular, Barbosa acrescenta a possiblidade de inclusão de chip satelital (GPS), capaz de enviar os mesmos dados para o servidor mundial da New Holland e, obviamente, disponibilizar as informações para acesso.

Geoferenciamento
Especificamente para os equipamentos da New Holland, todavia, os sistemas de georeferenciamento fornecido pela Leica GeoSystem – parceira nesse processo – podem ser instalados no equipamento antes de esses saírem da fábrica, e têm como objetivo aumentar a precisão operacional.

O sistema custa mais de 10% do valor da máquina (para os novos tratores de 21 toneladas, por exemplo, sai por cerca de R$ 130 mil, e para a escavadeira de 24 toneladas cerca de R$ 90 mil).

Delton Galuppo, gerente de manutenção da construtora Santanna (e presente em um evento de demonstração da New Holland realizado ontem em Sarzedo/MG) diz que o investimento vale a pena e revela que a utilização de sistema semelhante em escavadeiras de outra marca dobrou a produtividade em uma operação de saneamento básico. “Demoramos um mês para fazer a escavação de um tanque de decantação na cidade de Lagoa da Prata/MG usando escavadeira hidráulica sem o sistema de georeferenciamento. Com o sistema, fizemos duas no mesmo período”, diz.

Barbosa, da New Holland, conta que a tecnologia já foi adotada por alguns clientes brasileiros e explica que ela pode ser disponibilizada de duas formas: com controle por GPS ou por laser.

“Trata-se da instalação de torres com medidores de primeira, segunda ou terceira dimensão, para controlar os movimentos da máquina e, assim, permitir a programação prévia de angulação para trabalho preciso de terraplanagem”, diz.

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Em uma demonstração de precisão, a concha do equipamento ficou com as garras no chão. Um técnico marcou a posição de um dos dentes (ferramenta de penetração de solo) e o operador levantou a concha. Depois fez uma volta de 360 graus com a escavadeira e desceu o braço e a concha novamente, mostrando posição exatamente igual à primeira. Ou seja, em cima da bexiga que estourou. Detalhe: tudo isso aconteceu com a cabine coberta por uma lona, de modo que o operador fez o processo olhando somente para as informações georeferenciadas no computador de bordo da cabine.