Robótica ainda é tímida na indústria brasileira de equipamentos pesados

Por Rodrigo Conceição Santos – 09.12.2015 –

Soldagem é a área que mais usa esse tipo de tecnologia na fabricação de equipamentos pesados, mas aplicação ainda é tímida no Brasil, que investe 40 vezes menos em automatização do que plantas industriais na Coreia do Sul, por exemplo.

Aplicação de solda por robô em uma planta industrial da Voith, no Brasil (Foto de Divulgação da Yaskawa).
Aplicação de solda por robô em uma planta industrial da Voith, no Brasil (Foto de Divulgação da Yaskawa).

A maioria das aplicações de robótica nas indústrias de equipamentos pesados no Brasil é na área de soldagem, segundo a Yaskawa Motoman, empresa que produz esse tipo de tecnologia e afirma ter fornecido 26% dos robôs do mundo. Em suma, esse tipo de indústria adota sistema complexos, que exigem alto investimento, mas que podem trazer resultados rapidamente, se bem aplicados. “Mesmo assim, esse ainda é um mercado tímido no Brasil”, pondera Icaru Sakuyoshi, gerente geral da empresa.

Aliás, segundo ele, todo o mercado brasileiro é tímido para a robótica e os maiores consumidores estão no setor automotivo (fabricantes de veículos e autopeças), de motocicletas e de bebidas e alimentos. “Há muitos investimentos sendo postergados. É difícil investir diante de incertezas. Poucos o fazem e quem faz está bastante cauteloso”, diz.  “Com o PIB retraindo quase 4% no ano, a ousadia em manter os planos de investimentos tem sido para poucos, mas esses poucos que investem em robótica já conhecem a tecnologia e sabem o retorno que ela pode trazer”, completa.

O especialista define que os robôs são equipamentos com servomotores, programadas através de uma interface homem-máquina amigável, de fácil compreensão, tela colorida touch screen de fácil visualização e outras facilidades. Ele introduz esse tópico para desmistificar a utilização dessa tecnologia, ainda vista com resistência em algumas indústrias. “A resistência é grande por desconhecimento, pois muitos acham que a robótica é uma tecnologia complexa, de difícil programação e manutenção. Mas não o é. Com um treinamento de apenas uma semana um técnico está capacitado para programar um robô. Porém, é fundamental que esse profissional domine o processo ao qual a aplicação do robô se destina. Por exemplo: um robô para aplicação de solda deve ser programado por um técnico que possua conhecimento na área de soldagem”, diz Sakuyoshi.

Cenário da robótica
No Brasil, há menos de 10 robôs por 10 mil trabalhadores. Para comparar, na Coreia do Sul são 450 robôs para o mesmo número de seres humanos. No Japão, são 320, na Alemanha 280 e nos Estados Unidos 150 robôs são contabilizados para cada 10 mil trabalhadores. As informações também são da Yaskawa Motoman e mais detalhes podem ser conferidos na notícia a seguir.

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