Big Data e outras tecnologias turbinam os novos aeroportos

 

Por Cristiano Alves de Oliveira – 27.04.2017 –

Nesse artigo, o diretor de Operações de Transporte e Defesa da Indra no Brasil explica como os recursos de tecnologia contribuem para melhor gestão das instalações

O número de pessoas que viajam de avião vem crescendo ano a ano. Em 2005, somente 16 aeroportos em todo o mundo chegavam a receber mais de 40 milhões de passageiros por ano. Atualmente, o número mais do que dobrou, indo para 37 aqueles que recebem o mesmo fluxo. Com o aumento, adotar infraestruturas inteligentes se tornou uma exigência para os aeroportos, que buscam excelência em sua gestão de voo e de passageiros, proporcionando cada vez mais comodidade aos viajantes.

A competição entre os grandes aeroportos para que as linhas aéreas os definam como sua base de operações é acirrada. Porém, gerenciar com precisão centenas de embarques e desembarques pede pela implementação de tecnologias avançadas. O desafio está na gestão de grandes volumes de dados, de forma a facilitar o acesso à informação tanto para funcionários do aeroporto quanto para passageiros, que precisam estar atualizados sobre o status de seus voos.

Para gerenciar o tráfego de passageiros em seus terminais, os aeroportos mais avançados estão usando tecnologias de Big Data, sistemas de análise de dados e soluções que permitem o compartilhamento de informações para se tomar decisões de forma colaborativa.

A partir do centro de controle do terminal do aeroporto, todos os processos podem ser monitorados. Deve ser atribuído a cada voo um check-in, monitor de carregamento de bagagens, um portão, uma equipe de segurança, limpeza, etc. Qualquer falha implica no excesso de custos e atrasos. A satisfação dos viajantes não depende somente de sistemas de planejamento, mas também de saber o que está acontecendo em todos os momentos, além de responder a imprevistos em tempo real, encontrando a melhor solução para cada caso.

Simultaneamente, enquanto acontece a gestão do vôo, o tempo de espera do passageiro deve ser agradável, o que faz com que aeroportos precisem ser genuínos centros de lazer. Porém, explorar comercialmente seu espaço, que é cedido às marcas comerciais mais conhecidas, também precisa de uma gestão eficiente. Para tanto, estão disponíveis sistemas de informação georreferenciados, que permitem visualizar o estado de cada local, saber o faturamento do aluguel, os recursos que consomem, e muito mais.

Porém, para que o passageiro possa desfrutar as suas compras, ele não pode estar preocupado com seu voo. A tendência é fornecer todas as informações de voo através do celular, apoiando os já tradicionais painéis de avisos e alertas pelo alto falante.

As próprias lojas e estabelecimentos já estão fazendo um uso cada vez mais intenso de sensores, realidade virtual, aplicações móveis, impressão 3D e pagamentos automáticos para melhorar o serviço oferecido e a ligação emocional com o consumidor, criando espaços que proporcionam uma experiência inteiramente nova de negócio.

Todos os esforços para garantir uma experiência de viagem positiva, no entanto, colidem com os requisitos de segurança cada vez mais rigorosos. As novas tecnologias também tem um papel fundamental neste quesito. Alguns aeroportos já adotaram soluções pioneiras como sistemas automatizados de fronteias, que conseguem validar um documento ou passaporte de um passageiro por meio de análise biométrica.

Mas, se a tecnologia transformou os aeroportos em verdadeiras cidades inteligentes, as mudanças “no ar”, realizadas pelos provedores de navegação aérea, são ainda mais intensas. Na Europa, a ideia de que, para passar dos 10 milhões de voos por ano que são geridos hoje para os quase 17 milhões previstos para 2030, é necessário mudar completamente a maneira de voar e modernizar os sistemas de gerenciamento de tráfego que já estão consolidados.

Novas soluções de tráfego aéreo já estão apresentando os caminhos para uma gestão mais eficiente, colocando nas mãos dos controladores novos sistemas que calculam o tráfego mais rapidamente e permitem que os pilotos escolham o caminho mais curto, direto e rápido. O benefício reflete em maior segurança, pontualidade e capacidade de absorver mais tráfego, redução de custos e de emissões de CO2, o que, em última análise, só trazem benefícios aos passageiros.