Países estimulam mudança de hábito na mobilidade urbana para prevenir a pandemia

Redação – 0907.2020 –

O governo britânico planeja investir 2 bilhões de libras para estimular o uso da bicicleta e da caminhada no retorno da rotina de deslocamento ao trabalho. Parte da verba será destinada à implantação de ciclovias temporárias em Londres e outra parte como um incentivo financeiro para pessoas que não pedalam há um tempo poderem reformar suas bicicletas. Em Nova York, foi registrada uma queda de 50% nas emissões de monóxido de carbono de automóveis comparado ao ano passado, segundo informações da Universidade Columbia. De acordo com a Cetesb, o mesmo fenômeno aconteceu em São Paulo: a poluição atmosférica caiu pela metade após uma semana de quarentena na capital.

A Itália oferecerá até 500 euros para ajudar os moradores de cidades com mais de 50 mil habitantes a comprarem uma bicicleta. Em Paris, foi liberado 22 milhões de euros para a criação de ciclovias temporárias. Cidades da Alemanha ganharam ciclovias extras para que mais pessoas possam se locomover de bicicleta e também para garantir a distância necessária entre os ciclistas. As lojas de consertos de bikes foram consideradas como serviço essencial no país.

Aqui no Brasil, a Tembici, empresa de micromobilidade, fez um levantamento para identificar o perfil dos ciclistas que usam as bikes durante a pandemia e constatou que 45% dos usuários optam por transporte individual e em ambiente aberto como prevenção a Covid-19. Em todas as cidades de atuação da empresa, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Salvador foi constatado que 54% utilizam a bike para ir e voltar do trabalho e, em média, 90% dos usuários pretendem continuar utilizando a bike ao término da quarentena.

O estudo ainda apontou que 16% dos usuários que estão utilizando as laranjinhas em todas as praças disponíveis são profissionais da área da saúde. Isso reforça que a população está aderindo à campanha da marca de estimular a importância de todos permanecerem em casa e, assim, garantir que as bikes estejam disponíveis para esses trabalhadores essenciais que estão na linha de frente contra o coronavírus.

“Cada vez mais, os brasileiros aderem às bicicletas como modal de transporte ideal. Com a pandemia, as bikes se provaram ainda mais funcionais, por serem um meio de transporte sustentável e com um custo acessível.”, diz Tomás Martins, CEO da Tembici. “Após a pandemia, esse comportamento de prevenção vai se acentuar e iniciativas do poder público que estimulem os deslocamentos com bicicletas serão fundamentais. Nossa operação está preparada para a retomada, já que reforçamos todos os procedimentos de higienização das bicicletas e estações.”, complementa o executivo.