Produção de energia da Engie tem queda de 1,8% com crise hídrica

Redação – 09.11.2021 – Resultados do 3T21 indicam crescimento de 30% no lucro líquido e de 5,6% na receita operacional líquida

A Engie Brasil Energia registrou, mesmo em meio à maior crise hídrica dos últimos 91 anos, apenas 1,8% de queda na produção de energia elétrica em comparação ao 3T20. Neste cenário, a redução da produção do parque hídrico da companhia foi de 7,5%. Já o despacho das usinas termelétricas próprias alcançou aumento de 11,2%. 

No segmento de usinas complementares, houve aumento de 20,1% na produção de energia em relação ao mesmo período do ano passado, devido à entrada em operação comercial integral da eólica Campo Largo 2. 

Os dados foram anunciados junto com os resultados financeiros da empresa no terceiro trimestre de 2021 (3T21). No período, a empresa registrou lucro líquido de R$ 639 milhões no terceiro trimestre de 2021 (3T21), alta de 30,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. O acumulado dos últimos nove meses foi de R$ 1,5 bilhão. 

Já a receita operacional líquida somou R$ 3,4 bilhões no 3T21, resultado 5,6% acima do apurado no mesmo período do ano passado e alta de 15,1% de janeiro a setembro. O Ebitda consolidado atingiu R$ 1,7 bilhão, crescimento de 22,1% em comparação ao ano anterior. O acumulado do ano chega a R$ 4,9 bilhões. 

Resultados sofreram benefícios de lei 

A empresa explica que parte dos resultados positivos no período se deve ao reconhecimento, no 3T21, dos efeitos da Lei 14.182/21, que possibilitou a recuperação de custos passados de energia, relativos à repactuação do risco hidrológico, das usinas em que a companhia detém 100% do controle, totalizando R$ 372 milhões. A Engie acredita que, em breve, também serão reconhecidos os valores referentes às usinas em que ela tem participação acionária, que é o caso das hidrelétricas Itá, Machadinho e Estreito.  

A posição de caixa segue “confortável”, segundo a empresa, na ordem de R$ 4,6 bilhões. Já a relação dívida líquida/Ebitda permanece próxima ao patamar de duas vezes. A previsão de investimentos para o ano de 2021 é de R$ 3,5 bilhões e no 3T21 os investimentos somavam R$ 881 milhões. Com a aquisição de Assú Sol, houve uma revisão dos valores previstos para investimento nos anos de 2022 e 2023 para R$ 1,9 bilhão e R$ 800 milhões, respectivamente.  

De acordo com a Engie, a estratégia de diversificação de portfólio e o apetite por crescimento continuam sendo o foco da empresa. A companhia tem perspectiva de uma abertura de mercado ainda maior, mas reconhece o desafio da crise hídrica e na necessidade de melhor gerir os ativos.  

Segmento de transmissão de energia 

No segmento de transmissão, duas linhas do Sistema de Transmissão Gralha Azul foram energizadas em 21 de agosto de 2021, iniciando a operação do empreendimento. Ela atingiu 95% de avanço geral no 3T21, possibilitando o recebimento de 100% da Receita Anual Permitida (RAP) até o final do ano. 

No Projeto Novo Estado, houve avanço geral de 89% da implantação das linhas de transmissão no final do trimestre. A previsão agora é de conclusão da implantação do empreendimento para o final do primeiro semestre de 2022. No entanto, a energização dos primeiros sistemas que compõem o projeto continua prevista para o quarto trimestre de 2021, o que possibilitará o recebimento de cerca de 55% da Receita Anual Permitda (RAP) do empreendimento, segundo a empresa. 

Evolução na geração a partir da fonte eólica 

O Conjunto Eólico Campo Largo 2 atingiu, em 2 de setembro, 100% de sua capacidade instalada de 361,2 MW em operação comercial e, no Conjunto Eólico Santo Agostinho, foram iniciadas as atividades de implantação, que incluem construção de acessos, escavação das bases dos aerogeradores e a estabelecimento de redes de Média Tensão e da Subestação Coletora. 

Venda dos ativos a carvão e substituição da capacidade térmica por renovável 

Em linha com a estratégia global do Grupo Engie para descarbonização do portfólio com o objetivo de direcionar investimentos para energia renovável e infraestrutura, a empresa evoluiu nas negociações de venda dos seus ativos a carvão no Brasil. Como evento subsequente, em 18 de outubro, ocorreu o fechamento da venda do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda para a FRAM Capital. Além disso, a companhia continua avaliando propostas para a Usina Termelétrica Pampa Sul. 

Olhando para o futuro, a companhia também assinou, em setembro, a compra do projeto do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, localizado no município de Assú (RN), adicionando 750 MW ao pipeline de projetos em estágio avançado de desenvolvimento, que soma agora 2,2 GW e confirma o compromisso em atuar na aceleração da transição da matriz elétrica brasileira. 

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