Uso de cordoalhas em redes ópticas pode ajudar ISPs a contornar novas cobranças em postes

Redação – 01.04.2022 – Com deslocamento de CTOs de postes para as cordoalhas, valor pago para a concessionária será apenas o ponto de fixação no poste 

O anúncio da Enel Ceará de uma nova regra para cobranças por Caixas Terminais Ópticas (CTOs) fixadas em postes de responsabilidade da companhia de energia do estado cearense tem preocupado os provedores de Internet (ISPs), já que teriam que arcar com uma nova taxa. Ainda que a decisão de cobrança tenha sido suspensa temporariamente para avaliação, os ISPs ainda continuam em estado de alerta. 

Para tentar driblar possíveis gastos extras no futuro, assim como estes, o coordenador técnico da Fibracem, Marco Paulo Giannetti, afirma que uma alternativa valiosa tem sido a utilização de cordoalhas dielétricas para a fixação de dispositivos nas redes ópticas. 

Segundo ele, as cordoalhas geram economia aos ISPs, graças à redução considerável na quantidade de CTOs instaladas em postes. Giannetti ressalta também, que ao deslocar a CTO do poste para a cordoalha, o único valor a ser pago para a concessionária será o ponto de fixação dos cabos junto ao poste, que já é pago uma vez que o cabo está vinculado ao poste (ancorado ou suspenso), por meio de acessórios específicos. 

“Tanto as CTOs quanto as cordoalhas são dispositivos que se complementam e podem ser usados em conjunto com demais itens, inclusive de outros fabricantes. No entanto, a cordoalha deve ser fixada ao poste preferencialmente com o uso de um Suporte Universal de Passagem e Ancoragem (SUPA) e uma alça pré-formada”, explica. 

Uma realidade para as grandes operadoras 

O especialista lembra que atualmente, o uso de cordoalhas para fixação de CTOs já é uma realidade para as grandes operadoras que muitas vezes aproveitam a cordoalha já existente destinada aos cabos telefônicos metálicos. Mas, no caso dos novos provedores, é fundamental que eles instalem, pelo menos, um vão de cordoalha (entre dois postes) para efetivar esta fixação e deslocar a CTO do poste para a cordoalha. 

“Como o cabo geralmente é dielétrico, é interessante que a cordoalha também seja, de modo a evitar a necessidade de construção de aterramento da cordoalha. Nela, além da CTO, devem ser espinados os cabos da ocupante (grande operadora ou provedor) de modo a manter apenas um ponto de fixação no poste com o uso de suportes de ancoragem e/ou passagem”, indica. 

De acordo com o coordenador técnico da Fibracem, além de gerar economia, inúmeros outro benefício a melhor acomodação e organização dos cabos na rede aérea. Elas evitam que os cabos de operadoras distintas interfiram uns nos outros e deixem a rede mais organizada e com menos poluição visual.  

Previsibilidade da cobrança por CTOs em postes 

Ainda segundo ele, a chance da cobrança de aluguel por CTOs fixadas em postes entrar em vigor é grande, pois está prevista nas normas internas de cada companhia de energia e que geralmente são baseadas na ABNT NBR15214. “O que acontece é que até então isso não vinha sendo feito por parte das concessionárias da rede de distribuição de energia. Geralmente só cobram o ponto de fixação no poste das ocupantes, e isto só ocorre quando o provedor tem a sua rede regularizada. E em paralelo, com a fiscalização atual, muitas redes não legalizadas estão sendo retiradas”, finaliza.