Stellantis usa 5G para análise de vídeo em identificação de carros

João Monteiro – 13.05.2022 – Fábrica da montadora em Pernambuco usa o 5G como forma de dar capacidade ao vídeo analytics e melhorar o controle de qualidade 

A Stellantis, grupo gigantesco que reúne diversas marcas de carros como Fiat e Citroën, está usando o 5G em sua fábrica em Goiana (PE) para realizar análise de vídeo na identificação de modelos de carros durante o processo produtivo. O projeto, apresentado hoje (11/5) por Alexandre Dal Forno, diretor de IoT e 5G para Mercado Corporativo da TIM Brasil, durante o evento online IoT 2022 Brasil Summit, destaca o uso da quinta geração da banda larga móvel no controle de qualidade. 

Baseada em uma rede privada 5G de uso industrial e com aplicações de edge computing, o projeto da Stellantis foi desenvolvido em parceria com a TIM e a Accenture. A intenção era melhorar o controle de qualidade com o uso de vídeo analytics para detecção e análise de etiquetas de identificação e correlação com o modelo/veículo produzido. 

Dal Forno explica que foi implementado um CPE 5G conectado às câmeras, o que permite que elas se acessem o 5G para que o processamento do vídeo seja feito. De acordo com ele, isso foi necessário porque ainda não há muitos equipamentos desenvolvidos para se conectarem sozinhos ao 5G. “Já tem alguns dispositivos que podem ser conectados diretamente ao 5G, mas ainda precisa de maior demanda para a indústria começar a aumentar a produção e diversificar os modelos”, diz. 

Como a indústria pode usar o 5G 

Para o especialista da TIM, o caso da Stellantis é apenas um primeiro passo do uso do 5G e da IoT na indústria. Ele afirma que o uso de redes privadas 5G pode sanar os principais problemas de conectividade da indústria e elencou suas vantagens: 

  • Cobertura de rede para veículos autônomos na indústria, que fazem o transporte de materiais em diferentes setores de uma linha de produção. 
  • Maior capacidade e menor latência para uso de realidade aumentada sem lag, que podem causar mal-estar para o operador da aplicação.
  • Capacidade de rede para uso do vídeo monitoramento para garantir a eficiência da linha e a segurança do trabalho – se o colaborador está usando EPIs, por exemplo. 
  • Comunicação e gestão de pessoas via voz. 
  • Mobilidade sem uso de cabos LAN e sem o risco de perda de sinal que uma rede Wi-Fi traz. 
  • Segurança, já que o SIMcard embutido no dispositivo pode ser configurado para garantir que só se conecte a uma determinada rede privada, sem conexão com a rede pública ou outra rede 5G. 

Dal Forno aponta que, para oferecer uma solução de rede completa para uma indústria, seria necessário utilizar mais de uma solução para eliminar seus pontos fracos e fornecer um caso de uso completo. “Já o 5G já faz tudo sozinho: rede privada, mobilidade, segurança, cobertura e baixa latência”, completa.