O que provedores podem ofertar para condomínios

Redação InfraDigital – 06.09.2022 – Além de contarem com muitas residências, condomínios precisam de serviços de segurança e comodidade que dependem do acesso à Internet 

Existem cerca de 68 milhões de brasileiros morando em condomínios atualmente, segundo a Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais (ABRASSP). Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) estima que foram construídos mais de 7,8 milhões de novos apartamentos nos últimos 35 anos. Os dados confirmam que este é o público em condomínios está em crescimento e, por ter renda média superior a R$ 6 mil por mês, é uma oportunidade para os provedores de Internet. 

No penúltimo episódio da segunda temporada da série de podcasts Conexão InfraDigital, Leandro Araújo, da WDC Networks, distribuidora de soluções de tecnologia, e Flavio Povoa, gerente de engenharia de sistemas da HPE Aruba, deram exemplos de como levar tecnologia para esse perfil de cliente e aumentar o ticket médio sem precisar investir muito em rede. Confira. 

Os moradores de condomínios, por ter maior poder aquisitivo, são mais abertos a experimentarem tecnologia? 

Leandro Araújo: Hoje, a necessidade por tecnologia é muito latente e quanto maior o poder aquisitivo mais suscetível e maior necessidade e o potencial de gasto com tecnologia. Hoje, a gente tem que estudar online, trabalhar online, se diverte online com streamings e games. Todas essas são necessidades latentes. E para isso é importante ter um Wi-Fi de qualidade. 

Moradores de condomínio são mais abertos a tecnologias, mas ao mesmo tempo podem estar em locais distantes dos grandes centros e, portanto, sem cobertura de conectividade das grandes operadoras. Isso é uma oportunidade para os ISPs? Quais caminhos eles devem trilhar para aproveitar essa janela de oportunidade? 

Flávio Povoa: Realmente existe uma demanda imensa por tecnologia e conectividade em todos os ambientes dentro dos condomínios. E essa demanda por conectividade, ela precisa ser atendida de forma satisfatória, não só para as necessidades atuais, mas para tudo aquilo que tá vindo para o futuro que existe sim uma oportunidade enorme para os provedores de serviço. Dentro desse ponto de vista, o Wi-Fi é uma tecnologia essencial para fornecer esse serviço, desde que os ISPs levem uma conexão de alta velocidade através da fibra óptica até dentro dos condomínios, por exemplo, e a partir dessa conexão iluminar todas as áreas comuns com Wi-Fi. Além de, opcionalmente, fornecer serviços de Wi-Fi para cada uma das residências individualmente. 

A WDC Networks tem uma tem uma série de ofertas focadas para condomínios e uma delas é automação predial. Você poderia comentar um pouco dos tipos de serviços e tecnologias que os condomínios têm demandado? 

Leandro Araújo: O que a gente tem percebido em relação aos condomínios é que eles estão necessitando de uma solução completa e que tenha um único ponto de contato para ele. São várias soluções, desde o controle de acesso e a central operacional, controle de perímetro, usando solução de Body Cam (câmera no corpo) nos guardas que fazem a ronda. Também temos as câmeras com leitura de placa ou reconhecimento facial. E nosso papel é empacotar tudo isso para que funcione integradamente. 

Como os ISPs podem melhorar a qualidade de suas redes para aproveitar melhor a rentabilização? 

Flávio Povoa: Um ponto que eu gostaria de ressaltar em relação a expectativa que o usuário tem em relação ao Wi-Fi e como o provedor pode tirar proveito disso. Como a gente comentou, o universo de dispositivos que estão conectados hoje nessas diversas redes e as demandas que esses dispositivos têm exigem um outro patamar dos equipamentos de rede. Aquele dispositivo que normalmente entregue lá pelo provedor tradicional, um Wi-Fi embutido no modem, por exemplo que atende uma pequena parte da residência, já não é mais suficiente para os requisitos que se tem hoje, com casas com assistentes pessoais, lâmpadas conectadas, fechaduras eletrônicas, etc. Então existe uma oportunidade também de fornecer dentro desse universo mais premium essa conectividade completa no nível mais elaborado. 

E aí eu pego um gancho, inclusive do que o Leandro comentou, de como simplificar a oferta que é feita tanto para o condomínio, quanto eventualmente para uma residência. Primeiro, ter uma forma de ter a visibilidade daquele ambiente remotamente uma vez feito a instalação. Ter uma visão na nuvem de qual estado de cada um desses dispositivos, como está essas conexões, porque se alguém ligar com alguma reclamação, já sabe de antemão se o problema é no link ou no dispositivo.  

A WDC Networks já tem trabalhado com ISPs nessas frentes? E como é que você vê o retorno sobre esse investimento? 

Leandro Araújo: Semana passada, nós estivemos com um provedor para fechar o projeto em um condomínio residencial que fica no topo de uma montanha, em torno de 300 lotes. A solução completa, contando com o serviço de Internet, não dá R$ 100 de investimento por lote. Isso para aplicar uma solução completa em todo o condomínio com proteção de perímetro, leitura de placa, reconhecimento facial, Wi-Fi nas áreas comuns, scanner de controle de acesso por biometria… Então é extremamente viável e tangível e dá para escalar uma solução dessa em condomínios onde quer que seja. O provedor aumenta o ticket dele aí em 50% ou 60% e fideliza o cliente. 

Para conferir outros exemplos de uso de tecnologia em condomínios, ouça o episódio completo abaixo: