Sustentabilidade e eficiência puxam iniciativas digitais na indústria

Redação – 20.10.2022 – BirminD quer democratizar o uso de IA na indústria brasileira, mas falta de visão e cibersegurança ainda são desafios na digitalização desse setor

Com a pressão de pautas ESG, a indústria brasileira está vendo na tecnologia uma forma de melhorar seus índices produtivos e reduzir o impacto ambiental. A visão é de Juliana Betti, líder de Crescimento da BirminD, braço de soluções digitais da WEG, que vê uma necessidade das fábricas utilizarem menos recursos para ter melhor desempenho operacional e poluir menos.

Esse necessidade fez a Maxion Cruzeiro, fabricante de peças para carros, rever seus processos e perceber que usava muito leite de cal para controlar o pH da água de sua Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). O processo não tinha nenhum controle automático e não tinha nenhum tipo de coleta de dados, o que não permitia tomar ações mais assertivas.

Foi aí que a digitalização se tornou necessária, diz Juliana. Com a solução Historian 4.0, da BirdminD, auxiliada por sensores que capturam dados da ETE, os algoritmos de IA da BirdminD conseguiram identificar quando era realmente necessário utilizar o leite de cal e a quantidade certa para controlar o pH da água. O resultado foi a redução em 30% do insumo, pagando o projeto em seis meses. Além disso, a Maxion ainda ganhou um prêmio de Responsabilidade Ambiental da Mercedes-Benz.

Digitalização da produção ainda tem desafios

Se a sustentabilidade e a eficiência puxam a digitalização das linhas de produção, ainda há outros entraves para que ela atinja mais níveis. Um deles é a falta de visão das empresas, que ainda acham que a inteligência artificial é algo caro ou muito difícil de implementar, diz Juliana. Para contornar esse processo, a BirminD aposta em soluções para atender diferentes casos de uso.

Uma delas é a Planilha 4.0, um plugin para planilhas de Excel capaz de apontar dados de maior relevância para um operador, indicando pontos de atenção e métricas que não estão sendo alcançadas. Neste caso, é uma forma mais barata de trazer um pouco de tecnologia até para empresas que fazem controles de sua linha de operação de forma arcaica.

Outro problema é a questão da cibersegurança, onde executivos não tem confiança de que seus sistemas são seguros o bastante para evitar incidentes com plantas totalmente digitalizadas. Juliana lembra que a BirminD precisou dar um passo atrás quando lançou sua solução de Historian 4.0, que utilizava a nuvem. “A indústria ainda não tem confiança em utilizar a nuvem para processos produtivos e tivemos que lançar um módulo offline para ganhar mercado”, lembra a executiva.