Mapeamento aéreo pode ser ferramenta para evitar tragédias em áreas de risco

Redação – 30.01.2023 – Tecnologia laser embarcada em avião obtém dados sobre topografia e riscos de inundações ou encharcamento do solo 

No início da semana, a Defesa Civil Nacional reconheceu a situação de emergência em 14 cidades brasileiras atingidas por desastres naturais. Parte das tragédias são ocasionadas pelas fortes chuvas que ocorrem durante o verão brasileiro e a empresa Fototerra acredita que pode ajudar a diminuir as ocorrências com a tecnologia de mapeamento aéreo. 

Os aviões da empresa contam com uma tecnologia capaz de identificar características do solo que serviriam de base para estratégias para assegurar o bem-estar da população nesses locais. Ao usar um laser para fazer o mapeamento, a empresa consegue atingir volume e profundidade três vezes maior do que um levantamento realizado por fotos de drones ou apenas com a visão no solo, atravessando até mesmo a vegetação.  

“Utilizamos um sistema, chamado LiDAR (Light Detection and Ranging – detecção e alcance de luz, em tradução livre), que gera pulsos durante o voo que quando refletidos mapeiam o solo”, explica Guilherme Brechbuhler, CEO da Fototerra. Nesse sistema, o reflexo do laser volta para a aeronave depois de ser lançado e possibilita que uma série de cálculos seja realizada. “São dados puros que nossa equipe estuda e cataloga para fornecer informações sobre o terreno avaliado”, completa.  

O detalhamento é bastante amplo, revelando a topografia – composição exata de uma superfície terrestre, incluindo formas, características, aclives e declives – e os riscos de inundações ou encharcamento do solo, dados essenciais para o planejamento urbano. Tudo isso em representações gráficas em 3D. 

A cidade de São Paulo, por exemplo, foi a primeira da América Latina, em 2019, a disponibilizar o mapa do município obtido a partir da tecnologia de mapeamento aéreo através do site GeoSampa. Mas, as informações podem ser aprofundadas em práticas de prevenção de riscos, com estudos direcionados. 

“Felizmente, quando se pensa em habitação, é muito comum que se incluam tecnologias aéreas na resolução de problemas. Trabalhar com uma tecnologia avançada como essa nos dá agilidade e rapidez na obtenção de dados e resultados. Estamos falando de um mapeamento que pode ser coletado com antecipação aos momentos críticos para que as ações aconteçam antes dos desastres”, defende Guilherme.