Avant vê espaço para crescimento de máquinas compactas no Brasil

Mário Neves, gerente de Vendas da Avant para a América Latina.
Redação – 07.08.2023 – Fabricante finlandesa entende que seus equipamentos não competem com máquinas convencionais, mas sim com força de trabalho humana

A Avant é uma fabricante finlandesa de equipamentos compactos que começou sua empreitada no mercado brasileiro a cerca de um ano e meio. Importando suas máquinas direto do país europeu, a empresa acredita que há espaço para o segmento de máquinas compactas no Brasil, a questão é só mirar no público certo.

Mário Neves, gerente de Vendas da Avant para a América Latina, enxerga espaço para a Avant crescer. Ele explica que as máquinas compactas não competem com as de tamanho convencional, mas sim com pessoas. O argumento é de que a carregadeira da Avant pode substituir o trabalho braçal com mais segurança e produtividade, reduzindo os custos do negócio.

Por isso, o desafio é apresentar o equipamento para o mercado. “Queremos apresentar a Avant aos brasileiros, porque nosso principal concorrente é o desconhecimento do potencial das nossas máquinas”, afirma.

Uma das estratégias para alcançar o público foi a presença na Brazil Equipo Show (BES 2023), feira de equipamentos realizada na semana passada em Jaguariúna (SP). Neves afirma que a feira é uma novidade que foge do que é visto nos eventos tradicionais do setor. “O lado positivo da BES é ser uma nova opção de exposição para os fabricantes”, diz o gerente, destacando a presença de clientes de qualidade, que buscam fechar negócios.

A Avant também tem o desafio de produção. Com uma única fábrica em Ylojarvi, na Finlândia, a empresa corre para aumentar o tamanho da produção. Neves diz que tem pedidos que levam oito meses para serem atendidos, algo que é resultado do crescimento médio de 20% nos últimos cinco anos.

De acordo com o executivo, a expectativa é de que a Avant consiga vender de 200 a 250 máquinas no Brasil a partir de 2024 e por isso ele já tem um estoque local para atender a demanda inicial. Até lá, a Avant já deve ter conseguido aumentar sua produção e estará pronta para duplicar sua planta finlandesa, algo previsto para 2026.

Equipamento versátil

A carta na manga para ganhar espaço no Brasil é a versatilidade de seu único produto, uma carregadeira compacta. Diferente dos modelos mini disponíveis no mercado, que seguem basicamente o produto da Bobcat, o equipamento da Avant é articulado e trabalha exatamente como uma carregadeira convencional.

Isso traz algumas vantagens, conforme diz Neves. O primeiro ponto é a menor potência do motor, pois ele não precisa operar cada lado da máquina para fazer uma manobra. Em comparação com uma mini carregadeira, o consumo de combustível cai pela metade, além de aumentar a vida útil do pneu, uma vez que não há necessidade de fazer o arraste da máquina.

Outra vantagem é a versatilidade. A Avant criou uma série de implementos para transformar a carregadeira compacta em praticamente qualquer outra máquina. No braço do equipamento é possível conectar caçambas, braços de escavadeiras, empilhadeiras, roçadeiras, vassouras, etc.

Neves garante que essa troca de implementos é simples e segura. Após o operador ganhar prática, ele diz que é possível mudar o implemento em um minuto, apenas guiando a máquina até o implemento e acionando as travas de segurança. Com isso, a Avant consegue atender cinco setores: construção, agro, manutenção viária, criação de animais e paisagismo.

Eletrificação da frota

Outro desafio da companhia é atender o mercado de equipamentos elétricos, que têm uma demanda alta na Europa. Neves conseguiu trazer para o Brasil apenas os equipamentos movidos a combustão, mas ele tem a promessa da matriz finlandesa de que os elétricos serão disponibilizados em breve no país.

A partir daí, a questão será entender a demanda do mercado brasileiro. Ele explica que o ideal não seria somente a troca de modelos a combustão por elétricos, mas descobrir necessidades para abrir novos mercados.

Um exemplo é um frigorífico no Brasil que precisava limpar o espaço de armazenamento de proteína, mas que não era possível entrar lá com um equipamento exalando fumaça. Neves conseguiu atender o cliente com uma máquina elétrica, abrindo um novo mercado.

A questão da redução de emissões de gases de efeito estufa, por outro lado, já é atendida pela carregadeira compacta da Avant. Isso porque o motor tem potência entre 22 a 57 cv, a depender do modelo, sempre tier 5.