SP adota asfalto 2.0 em busca de maior durabilidade da pavimentação

Redação – 22.08.2023 – Estratégia do programa de recapeamento do município também aposta em caça-buracos para agilizar processos 

O programa de recapeamento da Prefeitura de São Paulo está usando asfalto de matriz de pedra (SMA, na sigla em inglês) para melhorar a qualidade do pavimento da cidade. A técnica mistura agregados graúdos – que compõe 70% a 80% da massa – com polímero, um tipo de material plástico, fibra e resina. Ao portal UOL, a Prefeitura disse que esse tipo de asfalto dura mais e sofre menos deformações, por isso ela chama de asfalto 2.0. 

Isso porque essa macrotextura permite o escoamento de água sem a sobreposição dos agregados, além de aumentar a resistência à degradação das misturas asfálticas. O SMA é uma mistura considerada impermeável pois apresenta cerca de 4% a 6% de vazios em pista. A Prefeitura também utiliza o pavimento de asfalto recuperado (RAP, na sigla em inglês). 

Chamado de Programa de Conservação da Malha Viária, o recapeamento foi iniciado ainda em junho de 2022 ao custo de R$ 2,7 bilhões. O processo de reforma deve terminar em 2024 e, por enquanto, 6 milhões de m² de vias já foram recapeadas. 

Sob responsabilidade da Secretaria Municipal das Subprefeituras e executado por concessionárias, o chamado Programa de Conservação da Malha Viária tem, dentre seus principais desafios, identificar onde estão os buracos e avaliar o tipo de intervenção necessária para recuperá-los. 

Operação Caça-buracos 

A Prefeitura de São Paulo também tem estratégias diferenciadas para localizar os buracos que precisam de recapeamento. O Sistema Gaia, que foi implantado em 2019 pela Secretaria das Subprefeituras, usa um sensor colocado em amortecedores de táxis e carros de transporte por aplicativo para ter dados sobre a qualidade das vias. 

Desenvolvido em parceria com a Escola Politécnica da USP, o sistema é usado em 108 veículos e cada um conta com um gateway para concentrar os dados do sensor. Toda vez que o carro trepida, o sistema classifica o processo e, com uma câmera instalada no retrovisor interno, registra a imagem dos locais percorridos. Todas as informações são enviadas por meio de um aplicativo de celular para a central de controle da Prefeitura. 

Conforme a Secretaria das Subprefeituras, os motoristas colaboradores recebem uma ajuda de custo em torno de R$ 500 e esse monitoramento permite acompanhar as condições do asfalto em tempo real. 

Outra tática é o equipamento PavScan, um sistema de câmeras de alta resolução e feixes de raios laser instalado em um veículo capaz de gerar imagens em três dimensões do pavimento. Com essas imagens, a Prefeitura diz ser possível fazer uma análise mais precisa das condições do asfalto para definir qual é a intervenção necessária e o respectivo orçamento. 

Fonte: UOL